EFE/Andre Borges

PF prende ao menos 1.200 bolsonaristas em acampamento em Brasília

Brasília (EFE).- Pelo menos 1.200 bolsonaristas foram presos nesta segunda-feira no acampamento que havia sido montado desde as eleições de outubro em frente ao quartel-general do Exército de onde foram iniciados os ataques contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não reconhecem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, foram presos depois de terem sido cercados pela Polícia Federal e o Exército, e o acampamento onde se refugiavam foi desmontado.

Segundo o Ministério da Justiça, os bolsonaristas presos foram levados em pelo menos 40 ônibus para a sede da Polícia Federal, onde serão identificados em uma tentativa de determinar se estiveram envolvidos nos ataques violentos de domingo e fichados para o caso de surgirem provas contra eles no futuro.

Apenas aqueles que forem identificados como participantes dos atos de vandalismo e os que tiverem provas contra eles permanecerão sob custódia.

Os prisioneiros se juntarão às cerca de 300 pessoas que foram presas no domingo por responsabilidade nos ataques.

Despejo pacífico

O despejo foi pacífico e ocorreu após o juiz Alexandre de Moraes, um dos onze membros do Supremo Tribunal Federal, ter ordenado o desmonte de todos os acampamentos criados por bolsonaristas em frente a quartéis militares no país.

Moraes ordenou que os ocupantes dos acampamentos “sejam presos em flagrante pela prática de diferentes crimes”.

O acampamento dos radicais em Brasília, montado há mais de 70 dias, serviu de base aos manifestantes que invadiram e depredaram o plenário do STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto no domingo e foi o local para onde retornaram após a tentativa fracassada de forçar um golpe de Estado.

O número de radicais no acampamento em frente ao quartel do Exército tinha diminuído desde a posse de Lula, em 1º de janeiro, e na quinta-feira as autoridades contaram cerca de 200 pessoas, mas no sábado saltou para cerca de 3.000, após bolsonaristas terem convocado o ato de domingo.

Confrontado com o caos gerado pelo ataque a edifícios públicos, Lula decretou intervenção federal em Brasília até 31 de janeiro, o que significa que a polícia estará sob o controle do governo federal. EFE