Mauro Vieira. EFE/Arquivo/Rubén Peña

Brasil quer relançar Unasul “com novas bases”

Santo Domingo (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta sexta-feira que o Brasil quer “relançar com novas bases” a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), uma organização abandonada nos últimos cinco anos pela maioria de seus membros sob a acusação de estar ideologizada.

Em entrevista por telefone à Agência EFE, Vieira, que está na República Dominicana para participar da Cúpula Ibero-Americana, ressaltou que “é possível e desejável” relançar o bloco.

“A Unasul teve um papel importante, e vale a pena o esforço de seu relançamento com novas bases. E essas bases incluem o resultado do diálogo com os países membros, para que todos considerem o formato adequado. Vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou.

O Brasil, que deixou o bloco em 2018, pretende voltar a integrar plenamente a Unasul, um passo dado pela Argentina na última terça-feira.

A Unasul foi criada em 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

Em 2017, ela entrou em crise, quando os 12 países membros não conseguiram chegar a acordo sobre um novo secretário-geral, uma situação que se agravou devido a posições conflitantes sobre a crise na Venezuela.

A situação tornou-se crítica quando, em 2018, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, então com governos de centro-direita, suspenderam sua participação e financiamento.

O chanceler brasileiro enfatizou a “mensagem de confiança” de seu país nos mecanismos de cooperação regional, que são “indispensáveis” para discutir soluções para desafios comuns.

“Por isso, o Brasil se uniu mais uma vez à Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e estará presente mais uma vez na Cúpula Ibero-Americana”, disse.

Na República Dominicana, Vieira terá reuniões bilaterais com os chanceleres de Espanha, Guatemala, Peru e Chile à margem da cúpula.

Ontem, após desembarcar na capital dominicana, Santo Domingo, Vieira reuniu-se com o chanceler da Venezuela, Yván Gil, com quem discutiu a retomada dos laços comerciais entre os dois países, especialmente nos setores farmacêutico e alimentício. EFE