Luiz Inacio Lula da Silvae Xi Jinping nesta sexta-feira. EFE/EPA/KEN ISHII/POOL

Lula amplia laços com China em meio à tensão entre Washington e Pequim

Pequim (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu nesta sexta-feira uma visita à China que representa uma declaração de intenções sobre o roteiro que o país Brasil quer traçar, um caminho que passa pelo gigante asiático em meio à crescente hostilidade entre Washington e Pequim.


Durante o seu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, Lula defendeu o aprofundamento dos laços com o país asiático “para além dos interesses comerciais” e assumiu o desafio do “verdadeiro multilateralismo” que a China apoia em favor da ligação das economias e mercados brasileiros e chineses em oposição à dissociação defendida pelos Estados Unidos.


Xi disse a Lula que as suas relações “desempenharão um papel fundamental para a estabilidade e paz mundiais” e, no final da reunião, ambas as partes emitiram uma declaração conjunta na qual concordaram que o diálogo é “a única solução” para acabar com a guerra na Ucrânia.


O comunicado reflete que o Brasil “vê positivamente” a posição da China sobre o conflito – criticada pelo Ocidente por colocar “o agressor e o agredido” no mesmo nível – e ambas as partes concordaram em manter “intercâmbios” sobre o assunto.


Os dois países também concordaram que “o impacto das mudanças climáticas não pode ser ignorado” e pediram o “reforço da cooperação nos campos da proteção ambiental”.


Além disso, Lula e Xi presidiram a assinatura de 15 acordos para reforçar os laços nas áreas de comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração na parceria estratégica bilateral.


Entre os compromissos estão o estabelecimento do funcionamento direto das transações comerciais entre Brasil e China com yuan, “sem necessidade de dolarização”, assim como a construção do sexto satélite fabricado entre ambos, o CBERS-6, que irá monitorar a biomassa da Amazônia. EFE