El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, saluda hoy durante el desfile por el Día de la Independencia, en la Explanada de los Ministerios en Brasilia (Brasil). EFE/André Borges

Lula incentiva empresários a verem Brasil como polo de nova “revolução verde”

Brasília (EFE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira o 6º Brasil Investment Forum (BIF 2023) e incentivou empresários brasileiros e estrangeiros a apostarem no país como polo do que chamou de “revolução da economia verde”.

Lula afirmou que seu governo pretende oferecer à iniciativa privada todas as garantias necessárias para que ela se junte ao esforço global de alcançar métodos de produção verdadeiramente sustentáveis.

“Vamos garantir estabilidade política, social, jurídica e fiscal, e queremos garantir a possibilidade de vocês contribuírem com sua inteligência empresarial para que este país possa crescer cada vez mais, e fazê-lo com consciência, protegendo o meio ambiente”, declarou.

“A questão do clima é muito séria, e o planeta está dando um aviso: ‘cuidem de mim, não me destruam, que vocês serão destruídos junto comigo.’ Este é o recado que estamos vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”, disse o presidente, citando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

De acordo com Lula, “para defender a indústria, a mão de obra qualificada ou o valor agregado, não precisamos desvalorizar a agricultura, que hoje está produzindo muito mais com menos terra, graças à tecnologia, que deve orientar todos os processos produtivos em prol de um futuro mais sustentável”.

O presidente ressaltou a “grande possibilidade de o Brasil ser o maior produtor de energia limpa e renovável do planeta, graças a uma natureza que garante sol e água o ano inteiro, mas que precisa ser cuidada pelo Estado e pelo mundo empresarial”.

Ele também pediu ao setor privado que não desconfie do Estado e que o veja como um dos “melhores parceiros” que pode ter.

“Não é necessário reduzir o tamanho do Estado para favorecer a iniciativa privada, porque se o Estado se posicionar como um indutor do processo econômico, ele pode dar origem a parcerias muito saudáveis entre os setores público e privado e oferecer alternativas ou crédito barato para um maior desenvolvimento”, declarou.

Potencial verde da América Latina

O evento também contou com a presença do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o brasileiro Ilan Goldfajn, que, assim como Lula, destacou as “oportunidades” que o processo de transição energética oferece tanto para o Brasil quanto para o restante da América Latina e do Caribe.

Goldfajn admitiu que a região “continua a enfrentar desafios, com uma demanda crescente por melhorias sociais juntamente com restrições fiscais, acrescentando o impacto socioeconômico das mudanças climáticas”.

No entanto, de acordo com o presidente do BID, “a riqueza extraordinária da América Latina e do Caribe em termos de natureza e diversidade deve ser parte da solução para os desafios globais e impulsionar a mudança necessária nos modelos de produção e consumo”.

Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pelo BID, o evento reúne autoridades governamentais, empresários brasileiros e estrangeiros que atuam no país e especialistas de instituições públicas e privadas para discutir temas como desenvolvimento sustentável, segurança alimentar, inovação, tecnologia, industrialização e transição energética. EFE