Flavio Dino. EFE/Isaac Fontana/Arquivo

Dino afirma que investigação sobre Hezbollah no país começou antes do atual conflito

Brasília (EFE).- O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira que a detenção de duas pessoas com supostos vínculos com o grupo libanês Hezbollah que planejavam ataques contra a comunidade judaica no país começou antes da eclosão do atual conflito no Oriente Médio.

“As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional”, escreveu o ministro em suas redes sociais, em referência às prisões e ao conflito desencadeado após o ataque do braço armado do Hamas a Israel em 7 de outubro.

A declaração foi uma resposta às conjecturas publicadas na imprensa que ligavam esta operação a supostas informações fornecidas por Israel ao Brasil enquadradas no atual conflito.

Segundo o ministro, “o Brasil é um país soberano” e “a cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais”.

Além disso, enfatizou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil” e que “nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”.

Dino ressaltou ainda que as prisões feitas na quarta-feira “derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil” e que a conduta da PF “nada tem a ver com conflitos internacionais”.

Segundo a Polícia Federal, os supostos integrantes do grupo Hezbollah tentavam recrutar brasileiros para realizar ataques contra interesses da comunidade judaica.

As autoridades não comunicaram a nacionalidade dos detidos ou as suas identidades, nem especificaram quais seriam os objetivos dos ataques.

O grupo armado xiita Hezbollah é apoiado pelo Irã e é inimigo declarado de Israel, país que ataca com projéteis desde o início da guerra entre o Estado judeu e o grupo palestino Hamas.

O Hezbollah está presente no Brasil, na área da tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, há pelo menos três décadas. EFE