O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, em Davos. EFE/GIAN EHRENZELLER

Haddad: Lula busca consensos na presidência de G20, Brics e Mercosul

Davos (EFE).- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai tentar aproveitar suas habilidades diplomáticas para buscar consenso em grupos como G20, Brics e Mercosul.

Haddad, que participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, aproveitou uma sessão do evento dedicada ao Brasil para apontar as prioridades do país na presidência de importantes fóruns multinacionais, nos quais Lula buscará consenso sobre questões como democracia, paz, sustentabilidade ambiental e redução das desigualdades.

“O presidente Lula é um político com grande habilidade como diplomata e se sente à vontade para conversar com pessoas diferentes, mesmo com opiniões diferentes, para chegar a um consenso. Agora é o momento de aproveitar as habilidades de Lula”, disse Haddad.

O ministro lembrou que o Brasil assumirá neste ano a presidência temporária do G20, o grupo que reúne as maiores economias do mundo, assim como as do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do Mercosul.

“Lula viajará para os Estados Unidos em fevereiro, e depois, em abril, haverá a cúpula do G20. É por isso que estamos começando a preparar uma agenda internacional ambiciosa para este fórum e para os outros cuja presidência será assumida pelo Brasil”, afirmou.

Segundo o ministro, Lula quer aproveitar essas reuniões com importantes líderes mundiais para promover uma agenda que ele considera ser de consenso global.

“Em primeiro lugar, trabalhar pela paz. O mundo quer alcançar a paz, mas nós temos que trabalhar para alcançá-la”, disse.

Haddad acrescentou que outra prioridade nessa agenda é a luta contra a desigualdade.

“Temos que aproveitar a experiência do Brasil e de outros países para acabar com a fome”, declarou.

Outro assunto que o Brasil quer discutir nestes fóruns, de acordo com ele, é a defesa do meio ambiente, incluindo a luta contra a crise climática e o desmatamento e a promoção de uma economia verde.

“Também é importante discutir a democracia. Infelizmente o mundo não está em uma situação política fácil: notícias falsas estão se espalhando rapidamente, e há até mesmo uma falta de compromisso de algumas grandes corporações com as liberdades políticas e civis”, afirmou.

Para Haddad, a intenção de Lula é promover agendas ambiciosas para estas questões em fóruns multinacionais, com todas as suas implicações, porque, segundo ele, não se pode falar de desenvolvimento econômico sem levar em conta a sustentabilidade, nem de desenvolvimento social sem levar a economia em conta.

“Penso que o Lula, por causa de seus muitos anos de experiência, sua história e a habilidade diplomática que demonstrou em seus dois primeiros mandatos (2003-2010), está muito bem posicionado para promover essas questões em fóruns internacionais”, disse. EFE