Madri (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou nesta terça-feira confiança de que a União Europeia, durante o período da Espanha na presidência do bloco, a partir do segundo semestre, dará impulso ao acordo com o Mercosul, que está travado há anos.
Lula abordou o tema no início de sua visita à Espanha, durante um fórum de negócios na Casa da América, em Madri.
“Estamos em diálogo para retomar as negociações” aproveitando “a presidência da Espanha”, afirmou o presidente, ressaltando que o acordo “é muito importante para todos”.
“Pensei que seria feito em meu primeiro ano como presidente, em 2003, e depois em 2004 e 2005. E não foi, espero que possamos fazer isso agora”, disse.
Lula enfatizou que seu governo quer “uma nova leva” de investimentos espanhóis no Brasil e que em maio será apresentado um programa com os principais investimentos para cada estado.
“Serão oportunidades extraordinárias”, afirmou, reconhecendo que a infraestrutura continua sendo “um desafio” para o desenvolvimento do país.
Nesse contexto, ele compartilhou sua intenção de “transformar o Brasil em um canteiro de obras, trabalhando em portos aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias”.
Ele também enfatizou que o Brasil continua a oferecer “segurança jurídica” e está “fortalecendo as estruturas regulatórias necessárias para fazer negócios com total tranquilidade”.
Além disso, Lula enfatizou o desejo de que o Brasil “retome seu papel de liderança na agenda climática” e disse que seu governo será “implacável” na “luta contra os crimes ambientais”.
Por sua vez, a primeira vice-presidente do governo espanhol e ministra de Assuntos Econômicos, Nadia Calviño, enfatizou que o Brasil “é um parceiro estratégico para a Espanha” e pediu um trabalho conjunto para combater “falsos dilemas”.
Entre eles, Calviño citou o de que “não se pode crescer e reduzir a desigualdade ao mesmo tempo” e o de que “não se pode enfrentar a transição ecológica e as guerras” ao mesmo tempo.
Calviño compartilhou o desejo da Espanha de ser a “porta de entrada na Europa” para África e Américas e concordou com Lula que o acordo com o Mercosul “é uma oportunidade única não apenas para fortalecer as relações econômicas, mas também para enviar uma mensagem ao mundo de paz, comércio e cooperação internacional”.
O evento também contou com a presença de vários ministros espanhóis e brasileiros, além de líderes de associações patronais e empresários de ambos os países. EFE