Os "superidosos" têm neurônios grandes e mais saudáveis. EFE/Arquivo/Javier López

Cérebro de “superidosos” tem “superneurônios”, diz estudo

Redação Central (EFE).- Algumas pessoas com mais de 80 anos conservam uma memória excepcional, e estes “superidosos” têm neurônios significativamente maiores e mais saudáveis em uma região do cérebro relacionada com a memória.

Estes neurônios são ainda maiores do que os de pessoas 20 a 30 anos mais novas e não exibem uma característica própria do Alzheimer, segundo um estudo da Universidade Northwestern (EUA) publicado no “The Journal of Neuroscience”.

A autora principal da pesquisa, Tamara Gefen, disse acreditar que os neurônios maiores “são uma assinatura biológica da trajetória da superidade”, podem estar presentes desde o nascimento e ser estruturalmente mantidos ao longo da vida.

O centro universitário tem um programa de pesquisa sobre “superidade” que estuda pessoas com mais de 80 anos que apresentam memória pelo menos tão boa como indivíduos 20 ou 30 anos mais novos.

A equipe busca compreender os traços biológicos deste grupo estudando o córtex entorrinal do cérebro, composto por seis camadas sobrepostas de neurônios, que controla a memória e é um dos primeiros locais afetados pelo Alzheimer.

A camada II deste córtex recebe informação de outros centros de memória e é um centro muito específico e crucial no circuito da memória.

Os “superidosos” têm neurônios grandes e mais saudáveis nesta camada, em comparação com os seus pares da mesma idade, com indivíduos com fases iniciais de Alzheimer e até mesmo com indivíduos 20 ou 30 anos mais novos.

Além disso, estes grandes neurônios são poupados da formação de emaranhados de proteína tau, que é uma marca característica do Alzheimer.

Os resultados sugerem que um neurônio que é poupado da formação de emaranhados pode manter a sua integridade estrutural, ou seja, permanecer saudável e grande, e o inverso também parece ser verdade: os emaranhados de tau podem fazer com que os neurônios encolham, de acordo com os autores.

Os pesquisadores observaram que são necessários mais estudos para compreender como e por que a integridade neuronal é preservada em alguns idosos, e querem focar na análise do ambiente celular. EFE