EFE/Arquivo/Jose Jacome

Bacia amazônica perdeu mais de 5,2 milhões de hectares, diz estudo

Redação Central (EFE).- Um projeto dirigido pela Agência Espacial Europeia (ESA) processou bilhões de imagens de radar de toda a bacia amazônica e constatou, entre janeiro de 2017 e novembro de 2021, uma perda de florestas de 5,2 milhões de hectares.

Com base no estudo batizado “Sentinel-1 for Science: Amazonas”, a ESA alerta que os ecossistemas florestais estão experimentando rapidamente os efeitos da mudança climática, por isso, é cada vez mais urgente realizar uma vigilância florestal adequada.

As áreas de mata desempenham um papel importante na compensação das emissões antropogênicas de combustíveis fósseis. Desde 2015, as florestas tropicais do mundo podem ser observadas regularmente, com um intervalo sem precedentes de seis a 12 dias, graças à missão Copernicus Sentinel-1, destaca a ESA, em comunicado.

Milhões de gigabytes de dados de radar são obtidos dia e noite, independentemente da nebulosidade, fumaça ou aerossóis, tornando possível monitorar o desmatamento e a degradação da floresta pelo menos a cada duas semanas.

No entanto, o desafio consiste em encontrar métodos adequados para extrair indicadores significativos da perda de florestas a partir das enormes quantidades de dados de radar que chegam, de maneira que as anomalias nas séries temporais possam ser detectadas de forma regular e coerente em todas as florestas tropicais.

O projeto Sentinel-1 for Science: Amazonas apresenta um método sensível e transparente de utilizar as imagens de radar do satélite Sentinel-1 para estimar a perda de vegetação.

O trabalho utiliza um design de cubo de dados espaço-temporais, também conhecido como StatCubes – se trata de um método para a análise multidimensional e temporada de grandes quantidades de dados.

Com esse enfoque, é criada uma análise dinâmica do desmatamento na bacia amazônica.

O equipamento foi capaz de detectar uma perda florestal de mais de 5,2 milhões de hectares entre 2017 e 2021, o que equivale, aproximadamente, à área do estado do Rio Grande do Norte.

“O que estamos vendo do espaço é que mais de 1 milhão de hectares de florestas úmidas tropicais desaparecem a cada ano na bacia amazônica, sendo 2021 o pior ano no Brasil”, lamentou Neha Hunka, especialista que participa do projeto.

“Podemos fazer um acompanhamento destas perdas e informar sobre elas de forma transparente e coerente a cada 12 dias a partir de agora”, completou. EFE