O estádio de Al Wakrah. EFE/Arquivo/Noushad Thekkayil

Qatar defende avanços nos direitos e reformas trabalhistas a 1 mês para Copa

Cairo (EFE).- O governo do Qatar, faltando um mês para o início da Copa do Mundo, defendeu nesta quinta-feira os avanços do país no reconhecimento de direitos trabalhistas e nas reformas adotadas no setor nos últimos anos.

A manifestação é uma resposta a críticas feitas mais cedo por organizações como a Anistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW).

Um porta-voz do governo informou à Agência EFE que “o Qatar está incrivelmente orgulhoso das reformas trabalhistas que introduziu. Poucos países chegaram tão longe, tão rapidamente, e agora o Qatar lidera a região em direitos trabalhistas”.

Em relatório sobre os direitos trabalhistas do país, a AI denunciou que ainda devem ser colocadas em prática as reformas para garantir o bem-estar de trabalhadores, em especial dos operários que trabalharam em obras da Copa do Mundo.

O porta-voz do governo lamentou que a organização “não reconheça que nosso sistema trabalhista está constantemente melhorando a cada ano”.

O porta-voz do governo lamentou que a organização “não reconheça que nosso sistema trabalhista está constantemente melhorando a cada ano”.

“O número de ofensas legais diminuiu, enquanto as medidas de adoção se consolidam e o cumprimento cresceu. Enquanto a IA pareça inclinada a conseguir manchetes, o Qatar continua a desenvolver políticas que apoiam e promovem um mercado de trabalho mais equitativo”, disse a fonte.

Além disso, o porta-voz destacou o compromisso do Qatar de que as reformas trabalhistas não terminarão com a Copa do Mundo, mas sim com medidas de longo prazo, que farão parte integral do legado da competição.

O relatório do AI publicado hoje reforçou que “os abusos seguem sendo frequentes em todo o país”, apesar das reformas que incluem a adoção de um salário mínimo e o fim do sistema de tutela por parte dos empregadores.

A organização reconheceu que as medidas “representaram algumas melhoras notáveis para os 2 milhões de trabalhadores migrantes no país”.

No entanto, a AI indicou que a falta a adoção destas reformas “segue minando o impacto destas melhorias” para os migrantes, visto que “milhares de pessoas que trabalham em todos os projetos seguem enfrentando problemas”, como atrasos e falta de pagamento de salários, de folgas, insegurança e acesso ilimitado à justiça.

A HRW também aproveitou que falta um mês para o início da Copa para pedir que o Qatar reembolse as taxas de contratação “exorbitantes” que muitos dos migrantes pagaram para trabalhar nas obras da competição. EFE