Vista de la sede principal del Silicon Valley Bank (SVB) en Santa Clara, California (EE.UU.), el 13 de marzo de 2023. EFE/George Nikitin

Moody’s: Crise bancária nos EUA terá efeito limitado na América Latina

Bogotá (EFE).- O colapso de bancos nos Estados Unidos terá um efeito limitado nos sistemas bancários da América Latina, que têm pouca exposição às instituições afetadas, regulamentação rígida e ampla liquidez, segundo indica um relatório da agência de classificação de riscos Moody’s divulgado nesta quinta-feira.

De acordo com a Moody’s, os bancos latino-americanos “têm uma exposição direta limitada” ao Silicon Valley Bank (SVB), que pediu concordata, e também ao Silvergate Bank e ao Signature Bank (SNY), que foram fechados, “bem como a fintechs e empresas de criptoativos, tanto através de depósitos como de empréstimos.”

Nesse sentido, o relatório afirma que apenas o Bradesco e o chileno Banco de Crédito e Inversiones (BCI) têm subsidiárias nos Estados Unidos, mas os riscos nesses bancos “estão relativamente contidos” dado o tamanho de suas operações e o mercado que visam.

O Bradesco BAC Florida Bank tem foco na comunidade brasileira na Flórida e em empresas brasileiras com negócios na área, enquanto o City National Bank (CNB), afiliado do BCI, tem uma atuação maior, voltada para pequenas e médias empresas e em pessoas com alto poder aquisitivo, segundo a Moody’s.

“A maioria dos sistemas bancários na América Latina está concentrada em bancos grandes, sólidos e altamente diversificados. Consequentemente, a concentração por segmento em uma única indústria é relativamente limitada, o que ajuda a proteger os sistemas bancários da região”, declarou a diretora-gerente dp Moody’s Investors Service, Marianna Waltz.

Segundo Waltz, além da “rigorosa regulamentação de risco de mercado na América Latina, os bancos da região frequentemente enfrentaram períodos prolongados de altas taxas de juros e inflação, o que ajudou suas equipes de gestão a construir estruturas sólidas para controlar os riscos de mercado”.

A Moody’s acrescenta que os bancos latino-americanos “mantêm altos volumes de ativos líquidos que são compostos principalmente por investimentos em títulos públicos nacionais” e a maioria não está focada em um único setor, como empresas de tecnologia.

“Embora as empresas de tecnologia financeira tenham se expandido significativamente na região nos últimos oito anos, nenhum banco na América Latina tem uma operação de nicho focada em atender principalmente o segmento fintech”, ressaltou.

O relatório também observa que os bancos latino-americanos “têm acesso constante a depósitos como fonte de financiamento, pois dependem de mercados institucionais locais, e não internacionais, o que reduz sua exposição à falta de caixa”.

Outros pontos a favor são que os mercados financeiros locais não são tão sofisticados em termos de investimentos e que as altas taxas de juros dos países da região “respaldam a estabilidade dos depósitos como fonte de financiamento”, aponta a análise da Moody’s. EFE