O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, durante a Anuga. EFE/Divulgação ApexBrasil

Brasil aposta em sustentabilidade e competitividade para conquistar mercado estrangeiro

São Paulo (EFE) – A sustentabilidade, a competitividade e a diversidade de produtos, especialmente na indústria de transformação, além da força do setor agropecuário, são os principais atrativos do Brasil para “conquistar” o mercado internacional, segundo o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana.

“Temos uma matriz energética limpa, competitividade e força inovadora. Estamos em primeiro lugar na América Latina em termos de inovação, de acordo com o Índice Global de Inovação 2023”, ressaltou Viana em uma entrevista à Agência EFE, na qual também destacou a capacidade do país de se adaptar às demandas internacionais.

Para divulgar esse potencial para o mercado, ele reforçou a aposta da ApexBrasil pela participação em feiras internacionais como estratégia fundamental para criar oportunidades, atrair investimento e apoiar, principalmente, micro, pequenas e médias empresas, para as quais o processo de internacionalização pode ser mais desafiador.

“Essas feiras são o principal ambiente de networking utilizado no planeta para estabelecer relações de comércio (…) Ao organizar os pavilhões brasileiros, bem como a ida de empresas para essas exposições, promovemos a imagem e a geração de negócios das empresas nacionais, além de propiciar a prospecção de tendências e análise de concorrência”, disse.

Negócios milionários

Até o final de 2023, a agência terá articulado a participação de delegações brasileiras em aproximadamente 250 feiras internacionais na África, na América Central, na América do Norte, na América do Sul, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia.

Somente com a participação de 170 empresas na Anuga, principal evento mundial do setor de alimentos e bebidas, que aconteceu na Alemanha em outubro, foram gerados pelo menos US$ 6 bilhões em negócios imediatos e contratos futuros, segundo a ApexBrasil.

Trata-se de um resultado recorde e 50% superior ao recorde anterior, obtido na edição de 2019 da feira bianual, de acordo com a agência brasileira, que liderou uma delegação de expositores que incluiu pequenas, médias e grandes empresas.

Além disso, alimentos e bebidas de pequenos produtores foram expostos e comercializados na feira por comerciais exportadoras (ECE’s) como parte de um programa que estreou nesta edição da Anuga chamado Brasil Trade Lounge, uma vitrine de produtos com apelo brasileiro, sustentável e saudável, como cafés, castanhas, sucos, cacau, mel, doces e cachaça.

Embora a Europa e os Estados Unidos sejam os principais mercados de interesse do Brasil, também se destacaram os 120 milhões de dólares em negócios a serem gerados em um período de até 12 meses com a participação de 23 empresas de alimentos e bebidas na China International Import Expo (CIIE), realizada neste mês de novembro em Xangai.

Além de fortalecer a imagem do país na China, importante parceiro comercial e principal destino das exportações brasileiras em 2022, a participação do Brasil na CIIE buscou consolidar sua posição como um dos principais fornecedores globais de alimentos e bebidas, expondo produtos como carnes, mel, vinhos, cafés, sucos e açaí.

“A imagem que o país está passando para o exterior é a de um Brasil consciente, que está produzindo com qualidade e com muito potencial para crescer e atender às necessidades do mundo inteiro”, ressaltou Viana.

Produção sustentável de carne

Outro ponto que o Brasil tem procurado destacar em sua participação em eventos internacionais é como a sustentabilidade e a rastreabilidade são prioridades na produção nacional de carne.

O país é o segundo maior produtor e o maior exportador de carne bovina do mundo, atendendo a mais de 150 mercados graças à disponibilidade de terras, às condições climáticas e ambientais favoráveis e ao investimento em pesquisa e tecnologia, entre outros fatores.

“A pesquisa e a inovação são fundamentais para viabilizar a pecuária brasileira, aumentar ainda mais sua eficiência e atender à crescente demanda mundial. Estamos fazendo isso de forma sustentável, mitigando os impactos das mudanças climáticas e preservando a biodiversidade”, insistiu Viana.

Nesse sentido, ele destacou que nos últimos 30 anos houve um aumento de produtividade de 183%, enquanto a área de pastagem utilizada diminuiu 18%, chegando a cerca de 160 milhões de hectares em 2022.

“Temos o papel fundamental de mostrar ao mundo o que o Brasil está fazendo e as conquistas que estamos obtendo”, concluiu. EFE