Madri (EFE).- O Ministério Público de Madri, na Espanha, divulgou nesta sexta-feira ter arquivado o inquérito sobre as ofensas racistas contra o meia-atacante Vinicius Júnior em setembro deste ano, considerando que, apesar de incorretas, “duraram alguns segundos” e aconteceram em contexto de “máxima rivalidade”.
O órgão abriu procedimento dias depois de insultos proferidos contra o jogador pela torcida do Atlético de Madrid, antes de clássico com o Real Madrid, disputado no estádio Wanda Metropolitano. O objetivo da ação era identificar se houve cometimento de crime.
Em 18 de setembro, antes do duelo, cerca de 500 torcedores ‘colchoneros’ estavam na área de acesso aos jogadores, entoaram canto em que chamavam Vinicius Júnior de “macaco”. Na época, os dois clubes, diversas entidades e a Comissão Antiviolência da Espanha condenaram os insultos racistas.
Segundo comunicado divulgado pelo Ministério Público de Madri, as ofensas não representariam um “crime contra a dignidade” do brasileiro e, além disso, considera que não podem ser atribuídas à uma pessoa determinada.
Isso porque, depois da análise feita pela polícia das imagens obtidas pelas câmeras de segurança do estádio, não foi possível reconhecer nenhum dos autores dos insultos, “por se tratar de um número grande de pessoas ali reunidas”.
Na ocasião, os agentes somente puderam averiguar as imagens, não os áudios, “pois o sistema de gravação do estádio não capta som”.
De acordo com a argumentação do promotor responsável pelo caso, os cantos racistas ocorreram duas vezes, “duraram alguns segundos” e ocorreram durante a realização de um jogo “de máxima rivalidade”, junto com outras “provocações e gozações” no contexto esportivo. EFE