Jogadores da França comemoram a vitória sobre o Marrocos. EFE/Juan Ignacio Roncoroni

França passa sufoco, mas vence Marrocos e vai à final contra Argentina

Al Khor (EFE).- Pressionada em campo por uma seleção uma campanha histórica e pela enorme torcida rival nas arquibancadas do estádio Al Bayt, a França sofreu, mas fez valer o favoritismo ao vencer o Marrocos por 2 a 0 nesta quarta-feira e vai enfrentar a Argentina na final da Copa do Mundo no Qatar.

Atual campeã mundial, a equipe treinada por Didier Deschamps está a apenas uma vitória de conquistar o bicampeonato de forma consecutiva, feito que até hoje só foi alcançado por Brasil (1958 e 1962) e Itália (1934 e 1938).

França e Argentina, ambas com dois títulos mundiais vão duelar em busca da terceira taça no próximo domingo, ao meio-dia (de Brasília), no estádio Lusail. O Marrocos, que fez história ao se tornar a primeira seleção da África a chegar às semifinais, tentará levar para o continente um inédito terceiro lugar em duelo contra a Croácia, atual vice-campeã, no mesmo horário, mas no sábado, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha.

Os gols que levaram a França pela quarta vez à final da Copa do Mundo – foi campeã em 1998 e 2018 e vice em 2006 – saíram dos pés de Theo Hernández, que começou a Copa como reserva, e Kolo Muani, que saiu do banco para definir a partida.

Aos quatro minutos do primeiro tempo, quando a seleção marroquina controlava a partida, Kylian Mbappé chutou, a bola desviou e sobrou para Theo Hernández, que emendou de voleio para balançar as redes. O lateral-esquerdo, que começou o torneio como reserva de Lucas Hernández, se tornou um dos destaques da equipe ao ganhar o lugar do irmão, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho direito na primeira rodada da fase de grupos.

O segundo gol aconteceu em circunstâncias similares: durante a pressão da seleção africana e após desvio em finalização de Mbappé. Aos 32 minutos da etapa final, o camisa 10 se livrou de dois marcadores e chutou, mas a bola acabou sobrando com o gol aberto para Kolo Muani, que havia entrado no lugar de Ousmane Dembélé no minuto anterior.

Marrocos lutou bravamente para dar sequência ao sonho de dar um título mundial à África. Dominava o jogo antes de a França abrir o placar, chegou perto de empatar em chute de Mazraoui que exigiu grande defesa de Hugo Lloris e também assustou em bicicleta de El Yamiq que não entrou graças a um milagre do goleiro francês.

No fim, a dona do melhor ataque na Copa do Mundo no Qatar (13 gols marcados) eliminou a seleção com a melhor defesa da competição (três gols sofridos).

A seleção marroquina não perdia há dez jogos, encerrando uma sequência de sete vitórias e três empates. Esta também foi a primeira derrota do técnico Walid Regragui desde que assumiu o comando da equipe, em setembro.

A França jogou desfalcada do zagueiro Upamecano e do volante Rabiot, que não treinaram no dia anterior devido a uma gripe, e não conseguiu exercer o domínio da partida, mas mostrou eficiência na frente. Apesar de ter sido pressionada, também poderia ter feito mais gols com Giroud, que perdeu duas chances. O atacante carimbou a trave de Bono e, em outra jogada, desperdiçou grande chance ao chutar para fora com a meta vazia.

O francês Hugo Lloris se igualou nesta quarta-feira ao alemão Manuel Neuer como o goleiro com mais jogos disputados em Copas do Mundo, 19 partidas. Cláudio Taffarel e o alemão Josef Maier, com 18, aparecem na segunda posição do ranking.

Ficha técnica

França: Lloris; Koundé, Varane, Konaté e Theo Hernández; Tchouaméni, Fofana e Griezmann; Dembélé, Mbappé e Giroud (Thuram). Técnico: Didier Deschamps.

Marrocos: Bono; Hakimi, El Yamiq, Aguerd, Saïss (Amallah, Ez Abde) e Mazraoui (Attiat-Allah); Amrabat, Ounahi, Ziyech e Boufal (Aboukhlal); En-Nesyri (Hamdallah). Técnico: Walid Regragui.

Árbitro: César Ramos (MEX), auxiliado por Alberto Morín (MEX) e Miguel Hernández (MEX).

Gols: Theo Hernández e Kolo Muani (FRA).

Cartões amarelos: Boufal (MAR).

Estádio: Al Bayt, em Al Khor (QAT). EFE