Daniel Alves durante a partida contra a Coreia. EFE/Arquivo/Esteban Biba

Daniel Alves apresenta recurso e tenta liberdade provisória

Barcelona (EFE).- A defesa do jogador Daniel Alves apresentou nesta segunda-feira um recurso contra a decisão do juiz de instrução de mandá-lo para prisão preventiva pela acusação de ter estuprado uma jovem em um banheiro da boate Sutton, em Barcelona, na noite de 30 de dezembro do ano passado.

O advogado Cristóbal Martell, apresentou em um documento de 20 páginas enviado eletronicamente ao Tribunal Superior de Barcelona argumentos para conseguir liberdade provisória para o brasileiro e desmantelar o risco de fuga no qual o juiz de instrução baseou sua decisão de enviar o lateral para a prisão no dia 20 de janeiro.

O recurso pede a revogação da decisão do juiz titular do Tribunal de Instrução número 15 de Barcelona, de primeira instância, e a libertação do jogador sob fiança, se necessário, com outras medidas preventivas, enquanto o caso está sendo investigado.

A defesa de Daniel Alves, que em sua primeira aparição no tribunal foi representada pela advogada Miraida Puente Wilson, foi assumida pelo escritório de Martell, um dos mais prestigiados e procurados de Barcelona e que tratou, entre outros casos, do de Lionel Messi em uma acusação de fraude fiscal.

O próprio Cristóbal Martell, juntamente com o advogado Arnau Xumetra, visitou Daniel Alves na última sexta-feira na penitenciária Brians 2, em Sant Esteve Sesrovires, na região de Barcelona, onde o jogador divide cela com outro preso em uma unidade projetada para abrigar principalmente pessoas ligadas a crimes contra a liberdade sexual.

Daniel Alves manifestou disposição de usar uma tornozeleira eletrônica para garantir o controle de seus deslocamentos se a justiça concordar em libertá-lo sob fiança enquanto o caso estiver sendo investigado, de acordo com a emissora de rádio “Antena 3”.

O juiz de instrução entendeu, em 20 de janeiro, que o jogador deveria ficar detido por causa do argumento da promotoria de que ele poderia fugir da Espanha, levando em conta a capacidade financeira dele, o fato de morar fora do país e ter dupla nacionalidade – brasileira e espanhola.

O magistrado justificou na decisão que o Brasil não possui acordos de extradição com a Espanha, o que aumenta o risco de Daniel tentar fugir da justiça espanhola e se refugiar no país de origem.

Para mandar Daniel Alves para a prisão, o juiz levou em conta várias indicações que o incriminam – entre elas os resultados das análises biológicas realizadas e a visualização de câmeras de vigilância da boate -, assim como as contradições em seus depoimentos diante da versão persistente e contundente da vítima. EFE