Natalia Kidd
Buenos Aires (EFE).- A etapa da Argentina do Mundial de MotoGP, o mais importante evento do esporte a motor no país sul-americano, atrai milhares de pessoas para Termas de Río Hondo, uma cidade pacata que durante o fim de semana de disputas se transforma em uma meca para fãs de motovelocidade de várias partes do mundo.
O Grande Prêmio argentino deste ano será disputado de 31 de março a 2 de abril no autódromo de Río Hondo, na província de Santiago del Estero, que fica no norte do país, a cerca de 1.150 quilômetros de Buenos Aires.
“A MotoGP talvez seja o principal evento internacional da Argentina devido a sua visibilidade global, ao impacto econômico que gera no norte da Argentina e ao número de visitantes do exterior que vêm assistir à competição”, disse o secretário executivo do Instituto de Promoção Turística da Argentina, Ricardo Sosa, em entrevista à Agência EFE.
A competição de motos tem uma longa história na Argentina. Entre 1961 e 1999, várias etapas foram realizadas em Buenos Aires. E, desde 2014, com exceção somente da pausa imposta pela pandemia de covid-19, ela é realizada em Termas de Río Hondo, com um contrato vigente até 2025.
Para a edição de 2023, os organizadores esperam que 180 mil pessoas lotem a cidade anfitriã – de cerca de 67 mil habitantes – e municípios próximos, como a capital da província de Santiago del Estero, a mais antiga das cidades da Argentina, e a vizinha San Miguel de Tucumán, onde a independência do país foi declarada em 1816.
Paixão por motos
Um terço dos visitantes que vão assistir à etapa da MotoGP é formado por estrangeiros. Uma proporção significativa deles é composta por brasileiros que viajam à Argentina de moto, cerca de 9 mil, e percorrem um trajeto com paisagens fascinantes que dura cerca de duas semanas.
Há também colombianos e peruanos que viajam de moto até Rio Hondo. Mas a via área ainda é a principal rota de acesso para os estrangeiros, sobretudo aqueles vindos de países vizinhos.
Cerca de 4 mil europeus e americanos também devem chegar à Argentina para o evento, mas são, em sua maioria, membros das equipes e representantes dos organizadores e dos patrocinadores da MotoGP.
“Termas de Río Hondo tem uma capacidade hoteleira de 14 mil leitos, que chega a 22 mil graças a acomodações alternativas abertas especialmente para este evento. Há também opções de hospedagem em San Miguel de Tucumán e na cidade de Santiago del Estero, alcançando uma capacidade total de 50 mil leitos para pessoas vindas do exterior”, afirmou Sosa.
O perfil dos visitantes estrangeiros é “o de fanáticos por motos com menos de 40 anos, um segmento com alto poder aquisitivo”, destacou.
Além dos estrangeiros, milhares de argentinos apaixonados pelo esporte chegam principalmente das províncias de Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba.
Esta multidão, segundo Sosa, enche a cidade “com o espírito das motos” através de encontros grandes e únicos de grupos de motoqueiros.
“Eles começam a chegar dias antes do evento, e a cidade se transforma com a presença de fãs de Suzuki, Ducati ou Yamaha” e com os shows organizados como parte dele. Além disso, no autódromo, há uma ‘fan zone’ exclusiva, com apresentações de acrobacias com motos”, contou Sosa.
Turismo esportivo
Muitos dos estrangeiros que vão assistir às provas da MotoGP visitam também outros destinos turísticos no norte da Argentina.
Em Río Hondo, a capital nacional do turismo termal, eles também aproveitam para conhecer atrações como as belezas naturais da região e seu singular Museu do Automóvel, que abriga uma notável coleção de motos clássicas.
Além do MotoGP, Río Hondo foi base de apoio dentro do roteiro do Rally Dakar de 2015 e de 2016.
“Santiago del Estero tornou-se uma referência para o turismo esportivo devido à infraestrutura e a eventos que tem atraído nos últimos tempos”, ressaltou Sosa.
A província sediou a Hockey Pro League em dezembro de 2022, e há uma semana recebeu um torneio de golfe do PGA Tour Latin America.
Na próxima terça-feira, também será palco de um amistoso entre a seleção argentina de futebol, atual campeã do mundo, e Curaçao; e em setembro sediará o campeonato mundial de ciclismo BMX. EFE
