O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti. EFE/Arquivo/Juanjo Martín

Ancelotti critica futebol apresentado na Copa: “nada restará do Qatar 2022”

Roma (EFE).- O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, criticou o futebol apresentado na Copa do Mundo, afirmando que “pouco ou nada restará do Qatar 2022” e defendeu o profissionalismo de Cristiano Ronaldo, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal italiano “Corriere dello Sport”.

“Não me parece um grande Mundial. Estou convencido de que pouco ou nada restará do Qatar 2022”, explicou o técnico, afirmando que apenas “alguns jogadores de renome como Mbappé, Richarlison, Vinicius, Bellingham, Julián Álvarez, Guido Rodríguez e Bono, o goleiro marroquino que esteve muito bem em Sevilla no ano passado”, assegurou.

Sobre o brasileiro Richarlison, Ancelotti o definiu como “um atacante moderno, completo, não muito bom com os pés, mas com um ritmo fantástico na área e muito coordenado”. “Ele não é um gigante, mas tem uma cabeça forte. Não é o típico atacante brasileiro, mas o coloco entre os melhores que existem”.

“Estamos em uma fase de transição, principalmente para os atacantes. Estão terminando Ibra e Ronaldo, Suárez, Cavani, Messi e Benzema, que têm 35 anos, e Lewandowski completará no ano que vem. O novo é representado por Mbappé, Richarlison, Haaland, Julián Álvarez e Darwin Núñez. Não conhecia o Gonçalo Ramos”, reconheceu.

Sobre Ronaldo afirmou: “Não sei, provavelmente ainda se sente na casa dos 20 anos porque está bem, tem as respostas que procura no seu corpo. Sempre cuidou do corpo de uma forma quase paroxística. No entanto, a competição tornou-se difícil, em Portugal alguém como o Leão está começando do banco”.

Mas sobre a suposta reclamação no banco enquanto Portugal comemora a vitória, Ancelotti destacou que nunca teve problemas com o português.

“Eu o treinei por dois anos e zero problemas. Na verdade, ele resolveu para mim. Alguém que marca pelo menos um gol por jogo pode ser considerado um problema? Cristiano treina muito bem, presta atenção aos detalhes, tudo foi fácil para mim gerir ele. É um jogador excepcional”, afirmou o treinador.

Questionado sobre Vinícius Júnior, afirmou: “Hoje o Vini está muito mais seguro, mais convicto e a equipe sente isso e o procura. Ele e o Mbappé têm uma característica pouco comum. Qualquer pessoa que o veja ao vivo tem dificuldade em acreditar que um jogador possa ter aquela explosividade e aquela velocidade base.

Sobre a derrota da Espanha nas oitavas de final, Ancelotti explicou que “as expectativas eram altas, apesar da equipe ser jovem. Luis Enrique já recebia ataques muito duros antes dos jogos, imagine agora”.

Ancelotti considerou que o Brasil é “o time mais completo, tem qualidade, frescor e experiência em situações como esta conta muito”, mas está curioso para ver como Inglaterra e França vão se comportar, embora tenha reiterado que “neste Mundial não há novidades, até poucas surpresas”. EFE