Luis Miguel Pascual.
Doha (EFE).- O nome de Stéphanie Frappart vem sempre acompanhado da palavra “pioneira”. A francesa de 38 anos abriu todas as portas possíveis para as mulheres na arbitragem de futebol e, nesta quinta-feira, quando estará no jogo entre Costa Rica e Alemanha, atingirá o mais alto degrau.
Ela será a primeira apitará a partida, liderando uma equipe integralmente feminina, completada pela brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medina, que serão auxiliares.
A árbitra, nascida na região central da França e que desde muito nova já deixava muito clara a vocação, esperou 11 dias desde o pontapé inicial do Mundial para, enfim, escrever mais uma vez o nome na história do futebol, no estádio Al Bayt.
Até aqui, nesta Copa, Frappart havia trabalhado duas vezes como quarta árbitra, nos jogos entre México e Polônia, e Portugal e Gana.
Agora, ela terá a responsabilidade de apitar um duelo cheio de importância, em que Alemanha e Costa Rica definirão os destinos na fase de grupos.
Sempre a primeira
A missão não assusta a francesa, que já se acostumou a atuar em jogos tensos e de estar no centro das atenções por ser uma mulher trabalhando no futebol masculino, algo que ela mesmo prefere deixar em segundo plano.
Em maio deste ano, Frappart se tornou a primeira árbitra de uma final da Copa da França, em duelo entre Nantes e Nice, que foi decidido por um pênalti marcado a favor do time amarelo e verde, que ficou com a taça.
Três anos depois, em abril de 2019, ela aberto o caminho para mulheres apitarem jogos no Campeonato Francês, o que nunca tinha acontecido, ao ser escalada para o duelo entre Amiens e Strasbourg.
Ainda em agosto do ano em que estreou na elite do país em que nasceu, Frappart foi escolhida para ser a árbitra da Supercopa da Europa, disputada por Liverpool e Chelsea.
Dias mais tarde, ela deu o apito inicial para um jogo da Liga das Nações de seleções, entre Malta e Letônia. Na ocasião, a francesa se tornou a primeira mulher em jogo de seleções masculinas.
Três meses mais tarde, ela estreou na Liga dos Campeões, em jogo entre Juventus e Dínamo de Kiev.
Campeonatos internacionais
No ano passado, Frappart foi uma das escaladas para a Eurocopa, no entanto, acabou sendo escalada apenas como quarta árbitra.
A francesa já sabe o que é apitar em uma Copa do Mundo, já que, em 2019, atuou na competição feminina, sendo a árbitra da final, em que os Estados Unidos venceram a Holanda por 2 a 0.
A porta que ela abriu também pode servir de passagem para ouras duas profissionais escaladas para o torneio que está acontecendo no Qatar, a japonesa Yamashita Yoshimi e a ruandesa Salima Mukansanga.
Se as duas são menos cotadas para figurarem como árbitras principais em jogos desta Copa, Frappart tem chances de reaparecer a partir das oitavas de final, o que tornaria seu ineditismo ainda maior nesta edição. EFE