Vini Jr durante a partida do Brasil contra a Coreia. EFE/Arquivo/Rungroj Yongrit

Vini Jr ressalta “união” da seleção, conselhos de Neymar e defende danças

Doha (EFE).- O atacante Vinicius Júnior destacou “a união” entre os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira, o que considerou demonstrado nas comemorações dos gols da vitória de 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, pelas oitavas de final da Copa do Mundo no Qatar, na segunda-feira passada, quando até o técnico Tite dançou.

“Estou feliz por estar aqui representando todos os brasileiros, por estar jogando com o meu ídolo (Neymar), com amigos que tenho aqui, e que esta união que temos pode nos fazer ir muito além”, declarou o jogador em entrevista coletiva.

Um dos destaques da seleção brasileira no Qatar, com um gol e duas assistências em três partidas disputadas, Vini disse ter recebido conselhos de Neymar antes do torneio.

“Neymar me disse que a Copa do Mundo é diferente de qualquer outra competição. Agora que estou vivendo isso, sei como a Copa é importante para o nosso país. Quando ouvi o hino, vi como é grande jogar uma Copa pelo país. Ainda mais pelo Brasil, o país com mais títulos. É importante o caminho dele (Neymar), um jogador que está próximo de Pelé em gols e que, se Deus quiser, nos trará o sexto título”, comentou.

O Brasil comemorou cada gol marcado contra a Coreia do Sul, nas oitavas de final, com danças, uma atitude que recebeu críticas, mas que foi defendida pelo atacante.

“A celebração foi um sinal da alegria de estar nas quartas de final de uma Copa do Mundo. Tite conseguiu colocar todos os jogadores, até mesmo (o terceiro goleiro) Weverton, que ainda não tinham feito a sua estreia. O alívio é normal, isto acontece sempre quando se ganha. E a nossa responsabilidade aumentará cada vez mais”, analisou.

“Estou muito feliz e honrado por todo um país me apoiar. Parti aos 18 anos para o Real Madrid. Estar longe de onde vivi é complicado, mas o Brasil sempre esteve comigo, torcendo por mim, por isso estou feliz por poder representar cada um deles aqui. Sou uma criança sonhadora, como todos eles são e foram. Eu tento sempre ser feliz, isso é muito importante”, acrescentou.

O jogador, revelado pelo Flamengo, também ressaltou a importância que o treinador italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, teve no seu crescimento como profissional.

“Ele sempre me deu a confiança que eu precisava. Ele é como um pai para mim, sempre me dá o afeto que preciso, a responsabilidade também, e faz tudo, não só comigo, com todos os jogadores com quem trabalhou. Sempre que encontro Ronaldo (Fenômeno), ele diz que Ancelotti foi o seu melhor treinador. Não só em termos de técnica e tática, mas também em saber conviver com o jogador, em saber lidar com grandes jogadores”, relatou.

Vini se defendeu das críticas recebidas depois de ter ido jantar em um famoso restaurante em Doha durante o dia de folga que Tite deu à equipe, após a vitória de terça-feira.

“Penso que no meu tempo livre posso fazer o que eu quiser. Quando estou fora, tento me distrair o máximo possível, estar com os meus amigos, família, fazer o que penso ser o melhor para mim. Penso que não devem nos dizer o que temos de fazer ou não, mas exigir o que fazemos em campo”, opinou.

Vinicius também demonstrou confiança de que Raphinha não será afetado pela pressão de ser o único titular do ataque que não fez gol na Copa do Mundo.

“A frustração é normal, um jogador sempre quer marcar gols. Esperamos que, em um momento importante, o gol de Raphinha possa vir. Esperamos que seja no próximo jogo. Ele está muito calmo. Além dos gols, quando jogamos pela seleção, tentamos continuar melhorando e tentamos sempre ajudar a equipe, mesmo que estejamos defendendo, e Raphinha tem feito isso muito bem”, analisou.

O jogador do Real Madrid também elogiou o companheiro de equipe Luka Modric, o qual enfrentará na partida de sexta-feira, contra a Croácia, pelas quartas de final.

“O Modric sempre me ensina. Não só em campo, mas também nos treinos. Ele me ensinou esse passe de três dedos. Todos os dias tenho melhorado para ter uma maior variedade de opções nas jogadas”, revelou.

Ao ser questionado sobre uma suposta insatisfação com a patrocinadora de material esportivo, Nike, Vini se recusou a comentar se pretende quebrar o seu contrato com a marca.

“Não posso falar sobre isso. Temos um contrato, somos parceiros, não posso falar sobre a nossa relação”, respondeu. EFE