Órfãos ucranianos junto a uma professora em uma estação de trem em Zaporizhzhia, em março deste ano. EFE/Arquivo/Roman Pilipey

Rússia diz que quase 350 órfãos ucranianos foram acolhidos no país

Moscou (EFE).- A Rússia admitiu nesta quarta-feira que quase 350 órfãos ucranianos da região do Donbas foram acolhidas por famílias do país, desde o início da batizada por Moscou como “operação militar especial” na Ucrânia.

“Agora, já há mais de 300 crianças, quase 350 órfãos, acolhidos em 16 regiões russas”, afirmou Maria Lvova-Belova, defensora dos direitos dos menores de idade, em entrevista coletiva concedida hoje.

A funcionária pública destacou que o assunto é consensuado com os governadores, já que “cada região seleciona as famílias de acolhida”.

Lvova-Belova explicou que era “praticamente impossível” encontrar local para acomodar os órgãos nos territórios anexados pela Rússia, no caso, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

O governo da Ucrânia denuncia que muitas das crianças que foram levadas para o território russo, foram contra a vontade.

A ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou em junho a preocupação sobre a possível deportação forçada dos menores de idade nas áreas ocupadas.

Bachelet considerou importante levar em conta “os interesses das crianças”, incluindo a reunificação familiar.

A Unicef, que condenou as adoções durante crises ou situações de emergência, alertou sobre os planos da Rússia de modificar a atual legislação para acelerar a adoção de órfãos procedentes do país vizinho. 

Segundo a agência da ONU, antes do início dos combates, mais de 91 mil menores estavam em orfanatos, internados e outras instituições juvenis na Ucrânia. EFE