O presidente da Argentina, Alberto Fernández. EFE/Arquivo/Presidência da Argentina

Sem citar Brasil, presidente argentino pede respeito à democracia em eleições

Buenos Aires (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu nesta quinta-feira respeito à democracia e que os processos eleitorais em andamento na América Latina não sejam “distorcidos”, e também que seja adotada uma “linha muito dura” com aqueles que “cultivam o ódio”.

Sem se referir diretamente ao segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, que serão realizadas no domingo, Fernández falou sobre “esses tempos de mal-estar”, nos quais “os adoradores do ódio acham muito fácil semear sua pregação”.

“Em uma sociedade desalentada, as palavras mais violentas têm mais efeito do que palavras reflexivas”, disse o presidente argentino ao abrir a primeira reunião conjunta desde 2018 entre os ministros das Relações Exteriores dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), que acontece em Buenos Aires.

Em seu longo discurso sobre os desafios comuns entre os dois blocos, Fernández pediu uma reflexão sobre a democracia a “todo o continente latino-americano”.

“Não quero que a democracia, o veredicto popular, seja desrespeitado em qualquer lugar, e não quero que os processos eleitorais que estão em andamento sejam distorcidos em qualquer lugar”, afirmou o presidente argentino.

“Temos que ser duros com as pessoas violentas e odiosas. Não há mais espaço para continuar sofrendo”, acrescentou.

Anteriormente, ele havia enfatizado que a América Latina é uma “zona de paz”, onde os conflitos são resolvidos “conversando”, e citou como exemplo que o primeiro presidente da Celac, em 2011, foi o então chefe de Estado do Chile, Sebastián Piñera, um político de direita.

“Quando seu mandato terminou, ele o passou a Raúl Castro (ex-presidente de Cuba e histórico líder esquerdista), e isso mostra que podemos viver juntos na diversidade, respeitando-nos uns aos outros”, comentou. EFE