Nações Unidas (EFE).- Os Estados Unidos criticaram Rússia e China nesta sexta-feira por justificar os testes de mísseis realizados pela Coreia do Norte e permitir que Pyongyang “zombe” do Conselho de Segurança da ONU e coloque em risco a segurança de outros países.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, denunciou que o governo norte-coreano está usando a “proteção” oferecida por esses dois países na ONU para violar as resoluções da organização que proíbem esse tipo de teste e continuar desenvolvendo seu programa de armas.
“Esses membros fizeram um grande esforço para justificar as repetidas violações da Coreia do Norte enquanto permitem que a Coreia do Norte zombe deste Conselho”, declarou Thomas-Greenfield, referindo-se à Rússia e à China, que repetidamente se recusaram a condenar os testes e que este ano vetaram um reforço das sanções contra Pyongyang.
Os EUA se pronunciaram assim durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança que convocou com vários de seus aliados em resposta aos últimos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte.
Na quinta-feira passada, a Coreia do Norte lançou três mísseis balísticos, um dos quais ativou o alerta em várias regiões do Japão apesar de aparentemente não ter sobrevoado o arquipélago devido a uma falha em pleno voo, e que se somam aos mais de 20 projéteis lançados no dia anterior, em meio a um forte aumento da tensão na região.
Rússia e China reproduzem propaganda norte-coreana
Thomas-Greenfield acusou a Rússia e a China de “regurgitar propaganda norte-coreana” que alega que os testes são uma resposta a exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul e insistiu que esses exercícios são defensivos e não representam ameaça ao país.
Mais uma vez, a representante dos EUA pediu “unidade” a todos os membros do Conselho de Segurança para condenar o comportamento do governo de Kim Jong-un, que vai contra as medidas impostas por este órgão – incluindo Rússia e China.
Em resposta, o embaixador chinês Zhang Jun reiterou que os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte “não ocorrem no vácuo” e são uma resposta direta às manobras dos EUA e seus aliados.
A China disse estar muito preocupada com a escalada da tensão, ressaltou que todas as partes devem agir com calma e buscar negociações para quebrar o atual “círculo vicioso” e pediu diretamente a Washington que abandone o “confronto”.
A Rússia, em linha semelhante, assegurou que a deterioração da situação tem uma “razão clara: o desejo de Washington de forçar Pyongyang a se desarmar unilateralmente” e justificou os lançamentos de mísseis norte-coreanos como resposta aos movimentos dos EUA.
Apesar do resto do Conselho de Segurança condenar os testes norte-coreanos e apoiar o endurecimento das sanções em represália, o poder de veto da China e da Rússia bloqueia qualquer tipo de ação por enquanto. EFE