O diretor de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan. EFE/Arquivo/Salvatore Di Nolfi

OMS celebra relaxamento progressivo da política “covid zero” na China

Genebra (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemorou nesta sexta-feira o relaxamento progressivo da política de “covid zero” na China, algo que ocorre após vários dias de protestos no país pelas fortes restrições em muitas de suas cidades.

“Estamos satisfeitos em ver que as autoridades chinesas estão ajustando suas estratégias e realmente tentando calibrar as medidas de controle levando em conta as pessoas, suas vidas e seus direitos humanos”, disse o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan.

“Todos nós tivemos que lidar com restrições de movimento que mudaram nossas vidas, francamente é cansativo para todos, então há uma frustração natural e é fundamental que os governos ouçam seu povo”, acrescentou.

O diretor da OMS afirmou, no entanto, que “cada país deve enfrentar o combate às doenças infecciosas de acordo com a sua avaliação de risco e os instrumentos à sua disposição”, sendo que, no caso da China, um dos grandes desafios foi o baixo índice da taxa de vacinação, que, observou, está começando a subir.

“O resto do mundo precisa entender que houve dificuldades na vacinação de certos grupos etários”, disse Ryan.

O diretor de emergência da OMS destacou ainda que a variante ômicron do coronavírus, predominante este ano, “é realmente difícil de conter, pode propagar-se muito rapidamente, e temos de reconhecer essa realidade, protegendo os mais vulneráveis”.

O vice-primeiro-ministro chinês, Sun Chunlan, responsável por supervisionar a política de “covid zero”, disse ontem que a baixa patogenicidade do vírus e a elevada taxa de vacinação de mais de 90% da população, entre outros fatores, “criaram as condições” para o país “ajustar as medidas contra a pandemia”.

As megacidades de Guangdong e Shenzhen anunciaram a retirada de várias restrições e alguns de seus distritos também permitirão que certos contatos próximos de pessoas infectadas consideradas vulneráveis se confinem em casa, o que representa uma mudança considerável em relação à política vigente nesses anos. EFE