Zelensky em Donetsk nesta quarta-feira. EFE/PRESIDENTIAL PRESS SERVICE

Zelensky é eleito “Pessoa do Ano” de 2022 pela revista “Time”

Nova York (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi eleito “Pessoa do Ano” pela revista “Time”, que afirmou que seu sucesso “como líder em tempos de guerra se baseia no fato de que a coragem é contagiosa”.

Em seu artigo dedicado a Zelensky, a revista, que a cada ano elege a pessoa que considera ter mais influenciado o mundo, destaca que não havia muito na biografia do atual presidente ucraniano que indicasse sua disposição de se levantar e lutar contra a invasão russa.

Nesse sentido, lembrou que chegou à presidência em 2019 vindo do mundo das artes, onde foi comediante e produtor de cinema, e essa experiência, longe de jogar contra ele, acabou sendo decisiva para que se tornasse um líder.

“Zelensky era adaptável, treinado para não perder a paciência sob pressão. Sabia como ler uma multidão e reagir a seus humores e expectativas. Agora seu público era o mundo”, disse a publicação.

A revista também observou que, após meses minimizando o risco de uma invasão russa em grande escala, mesmo quando as agências de inteligência dos EUA o alertaram de que era iminente, quando esta começou em 24 de fevereiro, Zelensky deu a seus generais a liberdade de liderar a frente de batalha, enquanto se focava “na dimensão da guerra em que poderia ser mais eficaz: persuadir o mundo de que a Ucrânia deveria vencer a todo custo”.

O artigo da publicação é da autoria do jornalista Simon Shuster que  escreveu o perfil de Zelensky durante a viagem do presidente ucraniano à cidade de Kherson no mês passado, logo após ser libertada pelas tropas ucranianas.

Da mesma forma, o perfil dedicado ao líder ucraniano é acompanhado por uma nota intitulada “O espírito da Ucrânia”, que traz parte da resposta de governos como o alemão, que diz ter quebrado “sete décadas de pacifismo auto-imposto” para enviar armas pesadas para ajudar a conter a invasão russa.

Além disso, cita a empresas que cortaram relações com a Rússia, organizações civis como a do chef José Andrés que levou as suas cozinhas para a zona de guerra e pessoas que se envolveram individualmente para ajudar os ucranianos.

“A resposta, claro, está no exemplo dos próprios ucranianos. Se as opções articuladas por seu presidente deram clareza moral (…), foi o povo que deu sentido, agindo”, conclui a “Time”, que nos últimos anos elegeu como “Pessoa do Ano” o empresário Elon Musk, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua vice-presidente, Kamala Harris, e a jovem ativista ambiental Greta Thunberg. EFE