Manifestantes enfrenta a polícia em Arequipa, no Peru. EFE/José Sotomayor

Sobe para 7 o número de mortos em protestos contra nova presidente do Peru

Lima (EFE).- A Ouvidoria Pública do Peru confirmou nesta segunda-feira que aumentou para sete o número de mortos em pouco mais de 24 horas de confrontos entre a polícia e manifestantes que pedem a renúncia da nova presidente do país, Dina Boluarte, e o fechamento do Congresso.

“Foram dois dias muito infelizes com saldo de sete pessoas mortas (…) duas delas menores de idade e todas por projéteis de arma de fogo”, disse em entrevista à emissora “Epicentro TV” a titular da Ouvidoria, Eliana Revollar.

Os confrontos mais violentos ocorrem no sul do país, especificamente nos departamentos de Apurímac e Arequipa.

A Direção Regional de Saúde de Apurímac detalhou em comunicado que um adolescente de 16 anos morreu ao meio-dia desta segunda-feira ao apresentar um ferimento à bala após um protesto em Chincheros, no departamento de Apurímac.

Durante a tarde, a entidade confirmou que outros dois jovens de 18 anos haviam morrido.

A essas três vítimas registradas nas últimas horas somam-se outro jovem que morreu esta manhã em Chincheros, um homem morto em protestos na segunda maior cidade do país, Arequipa, e mais dois que morreram na tarde de domingo em Andahuaylas.

Além disso, Revollar confirmou que há 32 civis feridos, além de 24 policiais, e declarou que “a situação é muito tensa no país”.

“Estamos pedindo a investigação destes casos, que, de verdade, são mortes inúteis, porque se fossem tomadas decisões oportunas, esta situação não deveria acontecer”, declarou Revollar, acrescentando que é necessária uma solução política. 

“Esperamos que este gabinete consiga lidar com este momento triste e realizar as eleições antecipadas que a população deseja”, completou.

O governo do Peru decretou nesta segunda-feira estado de emergência por 60 dias em sete províncias do sul do departamento de Apurímac, epicentro dos protestos que pedem a destituição da presidente Dina Boluarte.

Desta forma, o Executivo busca manter a “ordem interna” nas províncias de Abancay, Andahuaylas, Chincheros, Grau, Cotabambas, Antabamba e Aymaraes com o trabalho conjunto da Polícia Nacional Peruana (PNP) e das Forças Armadas, segundo se pode ler na norma publicada no jornal oficial “El Peruano”.

Por 60 dias, serão suspensos na província de Apurimac os direitos constitucionais relacionados à “inviolabilidade do domicílio, liberdade de trânsito pelo território nacional, liberdade de reunião e liberdade e segurança pessoais”, de acordo com o artigo 2 da Constituição peruana.

Durante a segunda-feira, houve bloqueios de estradas em várias partes do país, um ataque ao aeroporto de Arequipa e incidentes em instituições bancárias e judiciais em vários locais, entre outros. EFE