EFE/Arquivo/Juan Ignacio Roncoroni

Preços na Argentina subiram 92,4% em novembro na medição interanual

Buenos Aires (EFE).- Os preços ao consumidor na Argentina registraram alta de 92,4% em relação ao ano anterior no último mês de novembro, situando-se 4,4 pontos percentuais acima da variação registrada em outubro, segundo informou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

No décimo primeiro mês do ano, os preços ao consumidor cresceram 4,9% em relação a outubro, uma ligeira redução ante a taxa de 6,3% registrada no mês anterior.

Os bens tiveram variação mensal positiva de 4,5% no mês passado, enquanto os serviços subiram 5,8%, cifras que chegam a 88,2% e 77,7%, respectivamente, na comparação interanual.

Entre as divisões que sofreram os maiores aumentos mensais em novembro destaca-se habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (8,7%) devido ao aumento nos serviços de eletricidade e gás por conta da segmentação tarifária promovida pelo governo de Alberto Fernández no último mês de agosto.

A categoria seguinte com maiores avanços foi a comunicação (6,4%), que foi influenciada principalmente pelo aumento dos serviços de telefonia e internet, seguida de bebidas alcoólicas e tabaco (6,3%) pelo impacto do aumento do preço dos cigarros.

Por outro lado, os preços dos alimentos tiveram a menor incidência em todo o país com um aumento de 3,5% em relação ao mês anterior (6,2%).

Esses resultados são fruto da política de congelamento lançada em novembro com fabricantes de produtos de consumo básico e supermercados para manter preços fixos em 1.700 itens por 120 dias.

Este tipo de programa para tentar conter preços não é novo, mas substitui um semelhante que, com algumas variações, é renovado desde finais de 2013 e cuja eficácia é constantemente questionada.

O ministro da Economia argentino, Sergio Massa, havia afirmado no momento do lançamento deste programa que o problema da inflação não se resolve por si só, mas requer uma política fiscal ordenada e acumulação de reservas monetárias.

Os preços ao consumidor haviam acumulado alta de 50,9% no ano passado, denotando uma aceleração frente aos 36,1% registrados em 2020.

No último mês de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Argentina corrigiram a projeção de inflação para o final de 2022, com um intervalo que poderia variar entre 90% e 100%, um avanço de mais de 30 pontos percentuais em relação às estimativas que tinham feito em junho (52%- 62%).

De fato, as mais recentes previsões privadas coletadas mensalmente pelo Banco Central da Argentina indicam que o país fechará o ano com uma inflação acumulada de 99%, 2023 com 99,7% e uma queda, apenas em 2024, para 76%. EFE