Dina Boluarte durante uma cerimônia de graduação militar em Lima. EFE/Jhonel Rodriguez Robles/Presidência do Peru

Boluarte faz apelo por diálogo e pede fim da violência no Peru

Lima (EFE).- A presidente do Peru, Dina Boluarte, fez nesta sexta-feira um apelo por diálogo aos manifestantes que exigem sua renúncia, o fechamento do Congresso e a convocação de uma Assembleia Constituinte, além de pedir o fim da violência após a morte de 18 pessoas nos protestos, dez delas nas últimas 24 horas.

“Convoquei os líderes das igrejas católica, cristã e evangélica para montar uma mesa de diálogo em cada uma das regiões que se mobilizaram (…) Abriremos esses espaços para chamar as lideranças que encabeçam essas marchas para ouvir suas demandas e canalizá-las”, disse Boluarte durante uma cerimônia de formatura militar.

Na ocasião, também anunciou que irá se deslocar “ao interior do país” para atender às ​​reivindicações populares, embora não tenha esclarecido para onde viajará nem quando o fará.

“Este governo de transição que presido compreende e continua reconhecendo as demandas dos homens e mulheres peruanos que legitimamente saíram para levantar suas vozes, as mesmas que continuamos apoiando, ratificando que a Polícia e as Forças Armadas têm instruções claras para salvaguardar a vida e os direitos humanos dos manifestantes”, afirmou Boluarte.

Por outro lado, condenou veementemente “os atos de vandalismo que alguns radicais (…) utilizaram contra policiais, militares, civis, instituições públicas e privadas e a economia familiar que continuam causando danos a poucos dias do Natal”.

“Lamento os trágicos acontecimentos que ceifaram a vida de vários compatriotas em várias regiões do país. Isto tem de acabar”, enfatizou.

Na quinta-feira entrou em vigor em todo o Peru uma declaração de emergência que, entre outras coisas, autoriza as Forças Armadas a apoiar a polícia no controle das manifestações.

Nas primeiras 24 horas de aplicação do estado de emergência, dez manifestantes morreram, oito deles no departamento sulista de Ayacucho, onde os militares abriram fogo contra as pessoas que tentaram invadir o aeroporto local, como pode ser visto em vários vídeos publicados nas redes sociais. EFE