Pedro Castillo. EFE/Arquivo

Castillo ficará 18 meses preso em mesmo quartel onde Fujimori cumpre pena

Lima (EFE).- O ex-presidente do Peru Pedro Castillo vai cumprir 18 meses de prisão preventiva no presídio de Barbadillo, localizado no mesmo quartel policial onde o também ex-mandatário Alberto Fujimori cumpre uma pena de 25 anos por crimes contra a humanidade, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional Penitenciário (INPE).

O órgão informou em comunicado que a decisão de manter Castillo no mesmo local onde ele estava preso temporariamente desde 7 de dezembro foi tomada “por razões de segurança, para proteger sua integridade física pessoal, devido à sua condição de ex-presidente da República”.

Além disso, detalhou que a Junta Técnica de Classificação do INPE, formada por uma psicóloga, um advogado e uma assistente social, determinou, em primeiro lugar, que o ex-governante fosse enquadrado “no regime ordinário” de prisão.

“O Instituto Penitenciário Nacional garante a segurança e a integridade física das pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penitenciários em nível nacional”, completou.

O juiz Juan Carlos Checkley,  do Tribunal Supremo de Investigação Preparatória do Peru, decretou nesta quinta-feira 18 meses de prisão preventiva para o ex-presidente, enquanto é investigado pelos crimes de rebelião e formação de quadrilha pelo autogolpe fracassado de 7 de dezembro.

Dessa forma, o juiz acatou o pedido formulado pelo Ministério Público que havia considerado que “existe um período processual de fuga” no qual teve um peso específico o fato de que, minutos antes da sua destituição, tenha tentado dirigir-se à embaixada do México em Lima para pedir asilo.

Castillo será investigado como suposto coautor dos crimes de rebelião e formação de quadrilha, bem como como suposto autor dos crimes de abuso de autoridade e grave perturbação da tranquilidade pública.

A investigação foi descrita como “complexa” pelo Ministério Público e terá uma duração de oito meses.

Castillo foi preso em 7 de dezembro após ser destituído pelo Congresso pouco depois de anunciar o fechamento do Congresso, a formação de um Executivo de emergência, que governaria por decreto, e a reorganização do Judiciário, o que foi descrito pela maior parte da classe política como uma tentativa de golpe.

Após sua destituição, foi substituído por sua então vice-presidente, Dina Boluarte, que enfrenta desde o último domingo uma série de protestos e manifestações violentas que deixaram 20 mortos no país até agora. EFE