Cristina Kirchner. EFE/Arquivo/Gustavo Amador

Cristina Kirchner pede detenção de membros de grupo radical por ameaças

Buenos Aires (EFE).- A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, solicitou nesta terça-feira a detenção de três membros do grupo Revolución Federal, conhecido pelos protestos contra o governo e ameaças contra a ex-presidente (2007-2015), devido ao seu suposto envolvimento em um plano para assassinar a política.

“Das conversas descobertas entre estes membros do Revolución Federal (Jonathan Morel, Gastón Guerra e Leonardo Sosa), acontece que eles estavam planejando angariar dinheiro para contratar um assassino. O dinheiro foi encontrado e o assassino está na prisão”, disse a vice-presidente no Twitter.

“O que mais necessitam Bruglia, Bertuzzi e Llorens (juízes da Câmara Criminal e Correcional Federal) para unificar os casos e prender todos os responsáveis? Que eles me matem? Nesse caso, todos já saberão que, além da pessoa que tem a arma, haverá outros responsáveis”, acrescentou a ex-presidente, em relação a outro caso de investigação do ataque que sofreu em 1º de setembro.

No início de novembro, a Câmara Criminal e Correcional Federal ordenou a libertação de Morel, Sosa e Guerra, juntamente com outra mulher, Sabrina Basile, que tinha sido detida por um tribunal de menor instância em 20 de outubro por supostamente incitar à violência e ameaçar os políticos, incluindo a vice-presidente.

Riscos processuais

A resolução que ordenou as libertações especificava que “não existem riscos processuais” que permitissem mantê-los privados de liberdade, reiterando que “não foi verificada a existência de elementos objetivos” que permitam conectar esta investigação com o ataque que Cristina sofreu em setembro.

Além destas libertações, os advogados da vice-presidente frisaram que existem “novos elementos que dão mérito à prisão preventiva de Morel, Sosa e Guerra”, entre eles uma conversa entre Morel e Sosa, na qual falaram em fazer uma “vaquinha” para contratar um assassino para matar a vice-presidente.

“Foi Sabag Montiel (o principal suspeito no ataque de 1º de setembro) o sicário do Revolución Federal? Ainda não sabemos, mas a conversa entre Sosa e Morel existe, e no caso 2998/2022 várias testemunhas disseram que Sabag Montiel só poderia ter feito o que fez por dinheiro”, indica o texto apresentado à justiça.

“Estamos, pura e simplesmente, perante um grupo que tem muito mais poder e contatos do que parecia à primeira vista, que passou uma imagem enganadora neste processo e que mantém o seu objetivo de matar Cristina Fernández de Kirchner”, detalha o documento. EFE