Joe Biden. EFE/Arquivo/Sarah Sillbiger/Pool

México admitirá 30.000 migrantes por mês deportados dos EUA, diz Biden

Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira que o México aceitou receber 30.000 migrantes por mês de Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti que tenham sido expulsos do território americano por cruzarem a fronteira de forma irregular.

Este acordo faz parte do anúncio feito hoje pelo governo dos EUA de incluir cubanos, nicaraguenses e haitianos no programa migratório aplicado até agora aos venezuelanos.

Sob este programa ampliado, serão emitidas 30.000 autorizações humanitárias por mês para migrantes desses quatro países, mas aqueles que cruzarem a fronteira irregularmente serão expulsos para o México.

“O México concordou em permitir o regresso a cada mês de até 30.000 pessoas desses quatro países que tenham sido capturadas e deportadas tentando cruzar a fronteira sul de forma irregular”, disse Biden em declarações à imprensa na Casa Branca.

O presidente americano pediu aos migrantes que solicitem pela internet as autorizações humanitárias para entrar no país e advertiu que, se atravessarem a fronteira sem autorização, serão expulsos e deixarão de poder beneficiar deste programa.

“Minha mensagem é esta: se você está tentando sair de Cuba, Nicarágua ou Haiti, não apareça na fronteira. Fique onde está e faça a solicitação de forma legal”, ressaltou.

Biden confirmou que as deportações acontecerão sob o abrigo do Título 42, política migratória estabelecida pelo seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), no contexto da pandemia, e que a Suprema Corte americana ordenou manter durante pelo menos os próximos meses.

“Não gosto do Título 42, mas é o que temos que usar”, comentou.

Biden se mostrou convencido de que esta decisão “reduzirá substancialmente” a chegada de cubanos, nicaraguenses e haitianos à fronteira sul, da mesma forma que aconteceu com os venezuelanos desde que o programa para eles foi lançado em outubro do ano passado.

“Este procedimento é ordenado, humanitário e funciona”, declarou o presidente, que estava acompanhado da vice-presidente, Kamala Harris.

O líder democrata admitiu que é impossível impedir que milhares de pessoas queiram vir para os Estados Unidos, porque é “a terra da liberdade e das oportunidades”, mas salientou que o processo deve ser feito “de forma ordenada e legal”.

Biden também criticou os republicanos por terem bloqueado no Congresso sua proposta de reforma migratória e seu pedido de US$ 3,5 bilhões para enviar mais agentes e juízes de migração para a fronteira.

“É muito fácil fazer demagogia com esta questão”, comentou, criticando a retórica anti-imigração dos conservadores.

Biden confirmou que o tema migratório ocupará grande parte do encontro que terá na próxima segunda-feira na Cidade do México com seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

A Casa Branca anunciou na quarta-feira que, no domingo anterior à viagem, o presidente visitará a fronteira com o México pela primeira vez desde que está na Casa Branca. EFE