Moscou (EFE).- O chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, participará da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 em Nova Délhi em março, logo após a campanha militar da Rússia na Ucrânia completar um ano, segundo antecipou nesta segunda-feira um vice-ministro de seu departamento.
“Nosso chanceler participará da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 em Nova Délhi nos dias 1 e 2 de março”, disse o vice-ministro do departamento chefiado por Lavrov, Andrei Rudenko, segundo a agência oficial “TASS”.
A campanha de guerra da Rússia na Ucrânia completará um ano em 24 de fevereiro sem que haja ainda qualquer sinal de um acordo para pôr fim às hostilidades; pelo contrário, tudo indica que a guerra se prolongará, segundo o governo de Kiev e analistas do americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW).
Lavrov já havia participado pessoalmente em julho do ano passado da reunião de Relações Exteriores do G20 em Nusa Dua (Indonésia) em meio a tensões com o Ocidente e onde os ministros do G7 boicotaram um jantar devido à presença do chanceler russo.
Seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, participou por videoconferência para pedir uma “resposta global resoluta à agressão russa”.
Além disso, em novembro do ano passado, Lavrov participou da cúpula dos líderes do G20 em Bali, no lugar do presidente russo, Vladimir Putin, quando a maioria de seus membros condenou a intervenção militar russa na Ucrânia.
Rudenko indicou que é muito cedo para dizer se Putin participará da cúpula na Índia em setembro.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, insistiu em várias ocasiões no ano passado que o diálogo é a única maneira de resolver o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia.
A Índia mantém uma aliança histórica com Moscou, um de seus principais fornecedores de equipamentos militares, e aumentou as compras de petróleo russo.
Desde abril do ano passado, as compras indianas de petróleo russo passaram de menos de 2% para 12% a 13% em dezembro, tornando a Rússia seu segundo maior fornecedor de petróleo graças aos descontos que Nova Délhi começou a receber desde o início da invasão da Ucrânia.
Esta relação histórica explica a neutralidade que a Índia mantém no conflito na Ucrânia, depois de se abster de condenar a invasão russa na Assembleia Geral da ONU, embora Modi tenha expressado sua preocupação com a guerra em setembro, após um encontro com o presidente russo, a quem disse em Samarkand (Uzbequistão) que “este não é o momento para guerras”. EFE