Jerome Powell, durante uma coletiva nesta quarta-feira. EFE/Michael Reynolds

Fed adverte que “único caminho” é Congresso elevar teto da dívida dos EUA

Washington (EFE).- O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, pediu nesta quarta-feira para que o Congresso comece a trabalhar no aumento do teto da dívida e disse que qualquer desvio no caminho será “muito arriscado”.

“Há apenas um caminho a seguir: o Congresso aumentar o teto da dívida para que o governo dos EUA possa pagar todas as suas obrigações”, disse em entrevista coletiva após o anúncio de um novo aumento nas taxas de juro.

Qualquer “desvio desse caminho” será muito “arriscado” e “ninguém deve assumir que o Fed pode proteger a economia”, argumentou Powell, que ocupa o cargo desde que foi nomeado em 2017 pelo então presidente republicano Donald Trump.

Os republicanos da Câmara dos Representantes, que detêm uma apertada maioria de assentos, disseram que farão vários cortes como condição para aprovar o aumento do limite da dívida.

O presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, recebe o líder da maioria republicana, Kevin McCarthy, na Casa Branca nesta quarta-feira para pedir ao partido que aumente o teto da dívida e negocie possíveis cortes nas despesas.

Em 19 de janeiro, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, anunciou que o país tinha atingido o atual limite máximo da dívida, de US$ 31,4 trilhões, e que uma série de medidas extraordinárias estava sendo implementada para que o governo não se encontrasse imediatamente no precipício do calote.

Powell se recusou a responder se o Fed está fazendo algum planejamento caso o Congresso não chegue a um acordo e disse que estava convencido de que eles seriam capazes de chegar a um acordo.

“Penso que o Congresso acabará agindo e terá de aumentar o teto da dívida de uma forma que não arrisque o progresso que estamos fazendo em matéria de inflação, da economia e do setor financeiro”, comentou.

O teto da dívida é o montante total de dinheiro que o governo está autorizado a pedir emprestado para cumprir as suas obrigações legais existentes para pagar os benefícios da Segurança Social e Medicare, salários militares, juros da dívida nacional, restituições de impostos e outros pagamentos.

De tempos a tempos, os Estados Unidos enfrentam o descumprimento da dívida nacional porque, ao contrário de outros países, o governo americano só pode emitir dívida até o limite estabelecido pelo Congresso, que tem o poder de elevar esse limite como achar conveniente.

Se o Congresso não concordar em levantar ou suspender o limite máximo, o país será forçado a não pagar as suas dívidas, o que poderá desencadear uma crise financeira global. EFE