Lloyd Austin. EFE/Arquivo/Olivier Hoslet

Chefe do Pentágono garante permanência de tropas dos EUA no Iraque

Bagdá (EFE).- O secretario de Defensa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, garantiu nesta terça-feira em Bagdá que as tropas do país seguirão no Iraque a pedido do governo local, apesar de o Parlamento iraquiano ter solicitado a retirada.

O chefe do Pentágono realiza uma viagem surpresa a poucos dias de serem completados 20 anos da invasão ao Iraque.

“As tropas dos Estados Unidos permanecerão aqui, a pedido do governo iraquiano, mas estas tropas oferecerão apoio e assessoramento”, garantiu Austin, em entrevista coletiva concedida em Bagdá.

A autoridade de maior patente da gestão de Joe Biden aproveitou para agradecer ao primeiro-ministro do país árabe, Mohammed Shia’ Al Sudani, e ao ministro da Defesa local, Thabet Al-Abbasi, “por garantir que as forças da coalizão aqui no Iraque sigam a pedido do governo iraquiano”.

O objetivo desta viagem ao Iraque, que faz parte de uma visita de Austin ao Oriente Médio, é de confirmar a associação estratégica com o país, visando que se torne uma “nação mais segura, estável e soberana”.

“Seguiremos trabalhando com nossos parceiros iraquianos, para uma vida melhor para a população. Me sinto muito otimista sobre essa relação iraquiana-americana. Os Estados Unidos seguirão ampliando essa parceria”, garantiu.

A missão principal em que as autoridades dos dois países têm é a de “acabar” com o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e esse é o único objetivo, disse Austin.

Líder de coalizão

Os Estados Unidos lideram uma coalizão que foi criada para derrotar o EI, que autoproclamou um “califado em 2014 e se expandiu rapidamente, inclusive, chegando às portas de Bagdá.

Embora a organização jihadista tenha sido derrotada territorialmente em 2017, seus remanescentes ainda seguem realizando ataques, sobre tudo, contra forças de segurança iraquianas, particularmente, na fronteira com a Síria e na região central do Iraque.

A estimativa é que o EI conte com entre 5 mil e 7 mil integrantes e simpatizantes, espalhados entre Iraque e Síria, dos quais, aproximadamente a metade são combatentes, segundo dados recentes da ONU.

A viagem de Austin acontece a menos de duas semanas do 20º aniversário da invasão americana no Iraque, iniciada em 2003, que derrubou o regime do ex-ditador Saddam Hussein e levou o país a uma espiral de instabilidade.

O secretário de Defesa americano viajou ao Oriente Médio para tratar da escalada de violência entre Israel e Palestina, assim como as ameaças associadas ao Irã na região.

A expectativa é que Austin viaje para Israel e Egito, embora o Departamento de Estado americano não informou sobre datas. EFE