EFE/EPA/SERGEI KARPUHIN

Xi garante que China e Rússia querem democratizar relações internacionais

Moscou (EFE).- O presidente da China, Xi Jinping, assegurou nesta segunda-feira em sua chegada à Rússia, onde se reunirá com seu homólogo russo, Vladimir Putin, que ambas as potências defendem a democratização das relações internacionais e uma ordem mundial baseada nos princípios da ONU e do direito internacional.

“A China está pronta para defender firmemente com a Rússia um sistema internacional baseado na ONU (…) a promover a multipolaridade no mundo e a democratização das relações internacionais”, afirmou Xi após descer as escadas do avião que pousou no aeroporto de Vnukovo-2 , segundo informaram as agências de notícias locais.

Xi, cujo governo criticou o mandado de prisão contra Putin emitido na sexta-feira passada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), enfatizou que Moscou e Pequim “são guardiões de uma ordem mundial baseada no direito internacional”.

“Durante os últimos 10 anos, as relações bilaterais se fortaleceram e se desenvolveram com base na não adesão, no não confronto e no não alinhamento contra terceiros, criaram um exemplo de relação interestatal com base no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação mutuamente benéfica”, ressaltou.

O presidente chinês também se mostrou convencido de que a visita será “frutífera” e promoverá o “desenvolvimento estável” da cooperação estratégica entre os dois países, o que contribuirá “para o desenvolvimento do mundo em geral”.

“Espero que durante a visita eu possa trocar pontos de vista de forma pormenorizada sobre questões de relações bilaterais e importantes questões regionais e internacionais”, acrescentou.

Xi faz hoje a sua nona visita à Rússia, durante a qual terá um almoço informal no Kremlin com seu “amigo” Putin hoje, enquanto amanhã acontecerão as negociações formais com as respectivas delegações, durante as quais serão assinados importantes acordos.

O encontro entre Xi e Putin ocorre no contexto da campanha militar russa na Ucrânia, na qual a China mantém uma posição ambígua, defendendo a integridade territorial ucraniana por um lado e, por outro, alegando levar em conta as preocupações de segurança da Rússia.

A iniciativa de paz da China foi recebida pela Rússia com um pé atrás, uma vez que respeitar a integridade territorial significaria devolver os territórios ocupados à Ucrânia, enquanto Kiev considera que o plano chinês carece de lógica e está cheio de contradições, porque não deveria levar em conta os interesses do país agressor.

Oficialmente, o Kremlin declarou que Moscou aprecia a postura moderada de Pequim em relação à Ucrânia, com cujo líder, Volodymyr Zelensky, Xi pretende conversar por videoconferência após sua visita à Rússia. EFE