O presidente de Argentina, Alberto Fernández. EFE/Arquivo/Juan Ignacio Roncoroni

Fernández diz que ser candidato presidencial não é “prioridade”

Buenos Aires (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta quinta-feira, meses antes das próximas eleições gerais, que a sua “prioridade” não é ser candidato e conseguir a reeleição, mas que o seu espaço político ganhe.

“Já disse mil vezes que a minha prioridade não é ser um candidato, mas sim que o meu espaço ganhe. Se eu acabar sendo o melhor candidato, serei eu, mas se for outra pessoa, irei apoiá-la e acompanhá-la de bom grado”, disse o líder peronista em declarações à “Rádio Perfil”.

Em 13 de agosto, as coalizões políticas decidirão nas Eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias, conhecidas como PASO, os seus candidatos definitivos para as eleições de 22 de outubro, nas quais um serão eleitos presidente, vice-presidente, um terço do Senado e metade da Câmara dos Deputados.

Embora vários rostos da Frente de Todos – e também da oposição – já tenham se apresentado como pré-candidatos presidenciais, Fernández ainda não confirmou se se candidatará.

“O que eu preciso é assegurar que o espaço ganhe, e eu trabalho para isso”. Trabalho para ganhar eleições. Acredito que a forma de ganhar eleições é democratizando o espaço e estou convencida disso. O peronismo tem tido periodicamente este debate”, acrescentou Fernández, que chegou à Argentina nesta quinta-feira, depois de ter se encontrado com o mandatário americano, Joe Biden, em Washington, na quarta-feira.

A sua falta de definição ocorre em um momento em que os apoiadores da vice-presidente Cristina Kirchner afirmam que ela se candidatará novamente à presidência, apesar de a líder kirchnerista ter dito em dezembro do ano passado, após ter sido condenada a seis anos de prisão e inabilitada perpetuamente por corrupção durante o seu tempo como presidente (2007-2015), que ela não se candidataria a nada.

O mandatário, cuja popularidade diminuiu nos últimos meses devido à complicada situação econômica do país e em meio a tensões políticas com o setor chefiado pela vice-presidente, acrescentou nesta quinta-feira que o partido governista precisa se dar “um espaço para a reflexão coletiva”.

Fernández também foi questionado sobre a decisão do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), seu principal adversário político e membro da mais importante coalizão da oposição, Juntos pela Mudança, de não concorrer às eleições.

“Macri só cometeu um sincericídio. Ele sabia perfeitamente bem qual era o seu destino, e correu antes que o seu destino lhe mostrasse o que as pessoas pensavam dele”, opinou. EFE