Emmanuel Macron. EFE/Arquivo/STEPHANIE LECOCQ

China tem “papel importante” para alcançar a paz na Ucrânia, diz Macron

Pequim (EFE).- O presidente de França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira em Pequim, durante um discurso à comunidade de franceses residentes na China, que o gigante asiático tem um “papel importante” a assumir para alcançar a paz na guerra na Ucrânia devido à “sua relação estreita com a Rússia”.

“A China, dentro da sua estreita relação com a Rússia, reafirmada nos últimos dias, pode desempenhar um papel importante” na resolução da guerra, declarou Macron, ao mesmo tempo em que destacou a oposição da China ao uso de armas nucleares e a defesa do país asiático dos valores das Nações Unidas.

“A China mostrou seu compromisso com a Carta das Nações Unidas, a integridade territorial e a soberania das nações”, acrescentou o presidente francês.

Macron também lembrou a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia e deixou claro que, embora não a tenha aceitado em sua totalidade, “pelo menos mostra vontade de se comprometer em buscar uma resolução”.

Por isso, considerou “indispensável” o diálogo com a China, e defendeu que a União Europeia não pode “deixar a exclusividade” da comunicação com outros europeus, como a Rússia.

Lógica de blocos

Macron pediu que não se reedite uma “lógica de blocos” diante das “vozes que se levantam” preocupadas com o futuro das relações entre o Ocidente e a China.

O presidente francês chegou hoje à China para iniciar uma visita de três dias, na qual se reunirá na quinta-feira com o presidente do país, Xi Jinping,  aos quais se juntará em um encontro posterior a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Macron também se reunirá na quinta-feira com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o presidente do Congresso Nacional do Povo (Legislativo), Zhao Leji, para concluir as negociações sobre questões relacionadas à mudança climática, segurança alimentar e questões ambientais.

Esta visita de Macron é a segunda a Pequim de um líder europeu, depois da que encerrou na última sexta-feira o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, após a viagem de Xi a Moscou na semana passada, na qual o líder chinês e o presidente russo, Vladimir Putin, demonstraram a força de seu relacionamento. EFE