A diretora da Unidade de Assistência às Vítimas, Patricia Tobón. EFE/Arquivo/Carlos Ortega

Colômbia precisa de US$ 65 bi para compensar vítimas de conflito armado

Bogotá (EFE).- A Colômbia precisa do equivalente a US$ 65 bilhões (R$ 330 bilhões) para fazer reparações às mais de 9 milhões de vítimas do conflito armado no país, disse nesta segunda-feira a diretora da Unidade de Assistência às Vítimas, Patricia Tobón.

“Temos que quebrar a cabeça nos perguntando (…) como vamos conseguir (…) US$ 65 bilhões para combater a desigualdade, e isso vai exigir um esforço intelectual, de participação, de reflexão sobre como faremos, porque precisamos”, disse Patricia em entrevista para a rádio pública “Colombia Hoy”.

A diretora da Unidade de Assistência às Vítimas se disse ciente de que não será possível conseguir a quantia nos quatro anos do governo do presidente Gustavo Petro, mas garantiu que seu objetivo é “contribuir decisivamente, abrir o caminho, lançar as bases”.

“Levaria mais de 60 anos para contrariar a profunda desigualdade, para reparar de forma abrangente as vítimas”, declarou Patricia durante um evento da semana de homenagem às vítimas.

“Sem dúvida nestes quatro anos ajudaremos a contribuir para este atraso, mas a dura verdade é que enquanto não houver entrega de armas, o número de vítimas nos territórios afetados pelo conflito não diminuirá”, acrescentou.

Atualmente, segundo o registro da entidade, 9.446.572 pessoas estão registradas como vítimas, das quais quase 7,5 milhões estão recebendo suporte.

“Somos uma sociedade fragmentada e ferida, e é a partir dessas feridas que nos relacionamos uns com os outros como colombianos. As vítimas do conflito armado tiveram que se recuperar dessas feridas, tiveram que se organizar, tiveram que demonstrar solidariedade umas com as outras”, declarou Patricia.

“Em meu posto, tenho a missão de escutar o país que teve que viver esta guerra, que a sofreu, porque desta experiência, desta voz, podemos construir um país menos polarizado, um país que reconhece o que a guerra gerou (…), o que perdemos como sociedade. Se não houver avanço na reparação das vítimas, se elas não avançarem em sua dignidade, o país também não pode avançar”, concluiu. EFE