Kiev (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quarta-feira à comunidade internacional e seus líderes que ajam urgentemente com medidas concretas para ajudar Kiev a derrotar a Rússia, após a divulgação de um vídeo que mostra um suposto soldado russo decapitando um prisioneiro de guerra.
“É algo que ninguém no mundo pode ignorar: a facilidade com que essas bestas matam”, disse Zelensky em um vídeo gravado do gabinete presidencial, no qual afirma que não é um caso isolado, mas sim “a nova normalidade” que a Rússia tenta impor.
Um vídeo encontrado nas redes sociais russas pela emissora de televisão americana “CNN” supostamente mostra a decapitação de um soldado ucraniano vivo nas mãos de um militar russo.
O vídeo teria sido gravado no ano passado e o serviço secreto ucraniano está tentando identificar quem aparece nas imagens.
“Já aconteceu antes. Já aconteceu antes em Bucha. Milhares de vezes”, acrescentou Zelensky, referindo-se à cidade perto de Kiev onde centenas de civis ucranianos foram mortos durante a ocupação russa.
O presidente ucraniano pediu então a “cada um dos líderes” da comunidade internacional que reaja com medidas que contribuam para “derrotar o terror” que, em sua opinião, a Rússia representa.
“Ninguém entenderia porque os líderes não reagem”, comentou, para em seguida pedir a criação de um tribunal especial para julgar essas atrocidades russas.
A gravação da decapitação foi publicada pelo assessor do gabinete presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, juntamente com uma mensagem na qual condena a “sede de sangue” da Rússia e se dirige àqueles que pedem à Ucrânia a troca de territórios pela paz.
“Talvez os pacifistas que cinicamente sugerem ‘trocar territórios pela paz’ finalmente entendam o que significa ‘o mundo russo’”, escreveu Podolyak, usando a expressão russa para países sobre os quais Moscou exerceu influência.
No vídeo, que tem imagem desfocada, é possível ver decapitação e ouvir os gritos de terror da vítima. A “CNN” também encontrou uma segunda gravação, mais recente, na qual supostos mercenários do grupo Wagner cortam a garganta de dois soldados ucranianos mortos em uma explosão. EFE