O presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez. EFE/Arquivo/Moncloa/Pool/ Borja Puig de la Bellacasa

Chefe do governo da Espanha anuncia dissolução do Parlamento e antecipa eleição nacional

Madri (EFE) – O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira a antecipação das eleições gerais no país para 23 de julho, após o mau resultado do Partido Socialista (PSOE), ao qual é filiado, nas eleições municipais e regionais realizadas ontem domingo.

Em pronunciamento em Madri, Sánchez explicou que, depois de a decisão ser comunicada ao chefe de Estado, o rei Felipe VI, a convocação formal para as eleições será publicada amanhã, com a dissolução do Parlamento.

Sánchez afirmou que uma reunião extraordinária do governo, formado em coalizão entre o PSOE e outro partido de esquerda, o Unidas Podemos, está marcada para a tarde de hoje.

O chefe do governo espanhol disse que a antecipação das eleições – que inicialmente aconteceriam no final do ano – se deve aos resultados das eleições de domingo para as prefeituras e vários governos regionais, que significaram a perda do poder institucional dos socialistas.

Essas eleições marcaram uma guinada para a direita na Espanha, com a vitória do conservador Partido Popular (PP).

O presidente do governo afirmou ter assumido “em primeira pessoa” esses resultados, nos quais os eleitores enviaram “uma mensagem que vai além” dos governos municipais e regionais.

“O melhor é que os espanhóis tomem a palavra e se manifestem”, enfatizou, depois de lembrar que muitas prefeituras e governos regionais terão à frente não só conservadores, como a extrema-direita por meio do partido Vox.

“Acredito que é necessário dar uma resposta e submeter nosso mandato democrático” às urnas, disse.

Sánchez argumentou que seu governo cumpriu o programa proposto e que a Espanha está prestes a superar a crise econômica resultante da pandemia de covid-19 e as consequências da guerra na Ucrânia, em um contexto de crescimento econômico e criação de empregos.

O anúncio ocorreu poucas semanas antes de a Espanha assumir a presidência rotativa da União Europeia, o que vai acontecer no segundo semestre.

O pronunciamento de Sánchez, realizado no Palácio de la Moncloa, a sede do governo, foi o primeiro dele após a eleição regional e aconteceu pouco antes de ele se reunir na capital espanhola com a executiva do PSOE, partido do qual é secretário-geral.

O presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, havia afirmado nas redes sociais, pouco antes, que “em breve” será realizada “outra noite eleitoral” na Espanha.

O PP foi o partido mais votado no domingo considerando o total nacional, com 31,53% e quase 7 milhões de votos – 761 mil a mais do que o PSOE, que obteve 28,11%. Além disso, os conservadores tiveram 1,7 milhão de votos a mais do que receberam nas eleições municipais e regionais anteriores, em 2019. EFE