Londres (EFE).- O Reino Unido registrou em 2023 o mês de junho mais quente desde o início das medições oficiais, em 1884, segundo divulgou nesta segunda-feira o Serviço Nacional de Meteorologia (Met, na sigla em inglês).
“É, oficialmente, o junho mais quente registrado no Reino Unido”, informou o responsável pelo Met, Mark McCarthy.
A temperatura média do país em junho – de 15,8 graus -, superou em 0,9 graus centígrados o que havia sido alcançado em 1940 e 1976, até então os recordes históricos.
“Um aumento de 0,9 graus pode não parecer muito, mas é, realmente, significativo, porque leva em conta a média durante o dia e a temperatura da noite em todo o Reino Unido”, disse o chefe de meteorologia do Met, Paul Davies.
“Isso é significativo, pelo aquecimento climático e pelas consequências para a sociedade”, acrescentou o especialista.
O Met indicou que utilizou um computador especial para analisar as temperaturas e identificar o impacto da mudança climática.
Essa situação provocou, segundo os especialistas, a morte de peixes pela redução do oxigênio na água, em consequência de uma diminuição do nível dos rios, e pela contaminação, enquanto que plantas e insetos também foram afetados.
Muitas plantas com flores, entre elas, orquídeas, murcharam devido às altas temperaturas, o que significa que há menos alimentação para abelhas e borboletas.
A responsável pelo clima da organização ambiental Greenpeace no Reino Unido, Mel Evans, afirmou que “nosso vício em combustíveis fósseis segue cozinhando o planeta”, e ainda criticou o governo do primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, pela falta de ação perante a crise climática.
“O governo de Sunak está fracassando na ação climática em todos os âmbitos. Se as ondas de calor, as secas e os incêndios florestais que afetam o mundo não são suficientes para tirar Sunak de sua falta de disposição, as pessoas perguntarão o que diabos tirará”, afirmou a ativista.
“Não podemos enfrentar essa enorme ameaça sem um esforço em massa do governo para reparar nossas casas, que desperdiçam energia, para impulsionar as energias renováveis, melhorar nossa rede elétrica e limpar nosso setor de transporte”, completou Evans. EFE