Niamey (EFE).- Dois dias depois do golpe militar que depôs o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, a calma reina nesta sexta-feira nas ruas da capital Niamey, onde não há presença militar, mas um dispositivo policial para prevenir novos distúrbios.
Segundo apurou a EFE, o transporte público funciona normalmente na cidade, os mercados estão abertos, assim como os ministérios, e os moradores saem normalmente para trabalhar.
Nas ruas de Niamey não há presença militar, para além dos soldados posicionados nos quartéis, mas foi implementado um dispositivo policial para proteger a sede da legenda do presidente Bazoum, o Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo (PNDS), que foi atacada, incendiada e saqueada na quinta-feira por golpistas.
A sede do partido acordou nesta sexta-feira sem seus móveis, computadores e televisores, que foram levados por vândalos. Nos arredores, os manifestantes queimaram cerca de 20 veículos.
Após este incidente violento, que aconteceu na sequência de um protesto pacífico pró-golpe em frente à Assembleia Nacional, o Ministério do Interior nigerino (cujo chefe é agora o secretário-geral, uma vez que todos os ministros foram destituídos) proibiu todas as manifestações públicas e prometeu medidas legais contra os infratores.
Nas imediações do Palácio Presidencial, onde ainda está sendo mantido o presidente Bazoum, permanece a vigilância realizada por militares com viaturas.
O Níger sofreu na quarta-feira um golpe liderado por uma junta militar, autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do presidente Mohamed Bazoum, a suspensão de instituições, o fechamento das fronteiras e um toque de recolher noturno até novo aviso.
O golpe foi apoiado pelo Estado-Maior nigerino e amplamente condenado pela comunidade internacional. EFE