Antonio Guterres. EFE/Arquivo/JEON HEON-KYUN / POOL

ONU critica golpistas do Níger por ameaçar julgar presidente por traição: “Alarmante”

Nações Unidas (EFE).- O secretário-geral da ONU, António Guterres, considera “muito alarmante” a ameaça da junta militar golpista do Níger de julgar por “alta traição” o presidente deposto do país, Mohamed Bazoum, que está detido pelos militares desde o golpe de Estado de 26 de julho.

A junta golpista, que se autodenomina Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), anunciou ontem à noite ter reunido “as provas necessárias” para processar Bazoum e seus “cúmplices locais e estrangeiros” perante “instâncias nacionais e internacionais” por “alta traição”.

Desde a data do golpe, Bazoum está detido com a mulher e o filho no Palácio Presidencial de Niamey pelos golpistas, que o acusam de ter mantido contatos com interlocutores nacionais, chefes de Estado estrangeiros e chefes de organizações internacionais na tentativa de “minar a segurança interna e externa do Níger”.

Na sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, acrescentou que a ONU está “extremamente preocupada com o estado de saúde e a segurança do presidente e da sua família”, depois de o partido de Bazoum ter denunciado que carecem de água, luz, medicamentos e alimentos frescos.

A veracidade dessas declarações é difícil de comprovar porque os golpistas, que impediram as visitas de missões políticas tanto de países africanos como dos Estados Unidos, afirmam que o médico pessoal de Bazoum o visita regularmente e que garantiu que está em boas condições.

Sobre o que a ONU está fazendo para promover uma solução política para a crise no Níger, Dujarric insistiu no apoio total à União Africana e à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) como “uma frente unida a partir da qual possamos evoluir para reverter a situação (do golpe de Estado)”. EFE