Lula durante a Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira. EFE/Justin Lane

Em discurso na ONU, Lula pede “vontade política” para combater desigualdades

Nações Unidas (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu os debates da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira com uma forte mensagem contra a fome, a pobreza e as desigualdades que persistem no mundo.

“A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã. O mundo está cada vez mais desigual”, lamentou Lula.

“O destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da vida”, acrescentou.

Segundo Lula, “é preciso antes de tudo vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural”.

“Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo”, completou.

Na qualidade de presidente do Brasil, como é tradição na ONU, Lula fez o primeiro discurso da Assembleia Geral, naquela que foi sua oitava participação no fórum.

O presidente voltou hoje a este plenário depois da primeira vez, em 2003, e após ter participado consecutivamente até 2008, ao longo dos seus dois primeiros mandatos.

Nesta ocasião, lamentou ter de mencionar mais uma vez a fome e as desigualdades como duas grandes ameaças que pesam sobre a humanidade, como havia feito em 2003.

Nesse sentido, acrescentou que, agora, 20 anos depois, se somam as consequências da crise climática.

“Hoje, ela bate às nossas portas, destroi nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres”, comentou.

Mesmo assim, garantiu que mantém sua “inabalável confiança na humanidade” para “vencer desafios e evoluir para formas superiores de convivência”. EFE