Nações Unidas (EFE).- O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, censurou nesta terça-feira as medidas “unilaterais” e “coercivas” dos Estados Unidos contra sete países – incluindo a ilha – sem mencionar expressamente a Rússia, um aliado fortemente sancionado pela invasão da Ucrânia.
Durante seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o mandatário atacou duramente as pressões de Washington para “isolar e enfraquecer economicamente os Estados soberanos”.
“(As medidas) hoje afetam também a Venezuela, Nicarágua e, antes e depois, têm sido o prelúdio para invasões e (a) derrubada de governos incômodos no Oriente Médio. Rejeitamos as medidas coercivas e unilaterais impostas a países como o Zimbábue, Síria, República Democrática da Coreia e Irã, entre outros muitos países cujo povo sofre o impacto negativo destes”, disse Díaz-Canel.
Cuba e Rússia são aliados políticos próximos há décadas, na sequência das relações mais estreitas durante a Guerra Fria (1945-1991).
Os laços bilaterais receberam um novo impulso nos últimos meses, especialmente com a visita a Moscou do presidente cubano.
Os contatos políticos foram multiplicados e também buscavam vias para aumentar as trocas econômicas, que em 2022 foram de apenas US$ 451 milhões.
Nos últimos dias, as autoridades de Havana desmantelaram uma rede que recrutava cubanos para lutar na Ucrânia pela Rússia, operação em que 17 pessoas foram detidas.
O governo cubano, que tem usado regularmente a retórica do Kremlin para se referir à invasão da Ucrânia, destacou então que seu país “não faz parte do conflito” na Ucrânia. EFE