Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou nesta quarta-feira sua confiança em conseguir uma “desescalada” em Nagorno-Karabakh, região habitada por armênios mas pertencente ao Azerbaijão, que iniciou na véspera uma operação militar que terminou hoje com um cessar-fogo.
“Espero que possamos conseguir uma desescalada e devolver este problema ao seu canal pacífico”, disse Putin no início de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
Putin salientou que Moscou está em “contato próximo” com todas as partes no conflito, desde a Armênia até Nagorno-Karabakh e o Azerbaijão.
Pouco antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que estava sendo preparada uma conversa por telefone entre Putin e o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, que tem sido muito crítico ao papel da Rússia em Karabakh.
Na tarde de terça-feira eclodiram protestos em frente à sede do governo e à embaixada da Rússia em Yerevan, onde os manifestantes acusaram o Kremlin de abandonar os karabakhs à própria sorte.
A este respeito, o Kremlin considerou hoje “infundadas” as acusações da Armênia contra a Rússia pela inação das forças de manutenção da paz russas durante a operação militar no Azerbaijão.
Peskov justificou-se pelo fato de Pashinyan ter reconhecido há vários meses que este enclave habitado por armênios que proclamou a sua independência em 1991 “faz parte do Azerbaijão”.
“Estas são ações da República do Azerbaijão no seu próprio território”, declarou Peskov, ressaltando que as forças de manutenção da paz russas continuam cumprindo seus deveres e ajudando a evacuar a população civil, principalmente as crianças, “das zonas de perigo”.
De acordo com a Ouvidoria Pública de Karabakh, mais de 7.000 pessoas já foram evacuadas de 16 cidades do território caucasiano.
As autoridades da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh anunciaram hoje a cessação imediata das hostilidades e também aceitaram seu próprio desarmamento.
A presidência do Azerbaijão estabeleceu na terça-feira como condições para negociar com as autoridades de Nagorno-Karabakh que estas deponham as armas e proclamem sua dissolução como república independente.
De acordo com os dados mais recentes do lado armênio, pelo menos 32 pessoas, incluindo sete civis, foram mortas na ofensiva do Azerbaijão e mais de 200 ficaram feridas.
O Azerbaijão, por sua vez, relatou duas mortes de civis. EFE