Wellington Dias nesta quarta-feira, em Santiago. EFE/ Elvis González

No Chile, Wellington Dias diz que fortalecer democracia é condição para paz social

Santiago (EFE) – O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, disse à Agência EFE nesta quarta-feira que “o fortalecimento da democracia é uma condição concreta para a paz social, mesmo para aqueles que têm melhores condições na América Latina”, uma das áreas mais afetadas pela pandemia e pelas mudanças climáticas.

“Esses fenômenos levaram a um agravamento da situação na região. A pobreza aumentou, o número de pessoas que sofrem de fome aumentou e o crescimento econômico desacelerou”, declarou o ministro, que está visitando o Chile para participar da Quinta Reunião da Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social na América Latina e no Caribe.

Reunidos na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Santiago, Dias e outras autoridades regionais trabalharão até quinta-feira na elaboração de eixos estratégicos que permitirão enfrentar de forma integrada as múltiplas crises que afligem o continente.

“Precisamos integrar a proteção social com a inclusão socioeconômica, ou seja, ter uma transferência de renda, ter condições de apoiar os casos especiais, como os sem-teto, os indígenas, as pessoas com deficiência, as crianças e os idosos, que infelizmente são abandonados”, explicou Dias.

A “FACE VISÍVEL” DA MUDANÇA CLIMÁTICA.

A Cepal antecipou em vários estudos o impacto que os “choques climáticos” terão na América Latina e no Caribe, projetando que, em 2050, o Produto Interno Bruto (PIB) de seis países da região “altamente expostos aos riscos da mudança climática poderia ser entre 9% e 12% menor do que o correspondente a um cenário de crescimento tendencial”.

“Uma face muito visível da mudança climática já foi vista aqui. Temos o Acordo de Paris, que está em dia, e esperamos avançar mais na cúpula que o próprio Brasil se propôs a realizar na Amazônia, para sentar lá e discutir a corresponsabilidade”, acrescentou o ministro brasileiro.

“Não há como separar o que está acontecendo com o clima do que está acontecendo socialmente e seu respectivo impacto na economia. Nós nos perguntamos qual é o custo de não tomar medidas para reduzir os efeitos das mudanças climáticas, não só para os mais pobres, que já sabemos que são os mais atingidos, mas para as classes média e alta, para as empresas e para os países”, ponderou.

FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL.

“O desmantelamento da rede de segurança social no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, teve efeitos catastróficos para a população, com um aumento ainda maior da pobreza extrema e das famílias sem-teto no país”, disse Dias.

“Os países que não tomaram medidas de proteção durante a pandemia passaram por situações mais turbulentas”, acrescentou.

O ministro também afirmou que, além disso, as estruturas do país “provaram ser muito importantes para que a democracia prevalecesse, lidando com tudo o que aconteceu. Eu diria que havia golpistas em janeiro passado e nós superamos com instrumentos democráticos pela força da institucionalidade”.

“Essa força, cria um ambiente adequado para que cada país possa superar as dificuldades, fazer a economia crescer, abrir oportunidades para novos empreendedores e também para o emprego, enfim, garantir condições que sejam do interesse das pessoas e de cada um dos países da região”, finalizou. EFE