Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, condenou nesta sexta-feira o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, e a comparou com uma situação semelhante à vivida pela cidade soviética de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, assediada pelas tropas alemãs durante mais de dois anos.
“Vemos que mesmo nos Estados Unidos há diferentes avaliações do que está acontecendo, de como a situação pode evoluir, incluindo as medidas militares e não militares que podem ser usadas contra Gaza e que são semelhantes às (usadas) durante o cerco de Leningrado”, disse.
O chefe do Kremlin afirmou isto em uma entrevista coletiva após a cúpula dos líderes da Comunidade de Estados Independentes (CEI) realizada hoje em Bishkek, capital do Quirguistão.
Putin destacou que as condições às quais a faixa, com seus mais de dois milhões de habitantes, poderia estar sujeita, são “inaceitáveis”.
Ao mesmo tempo, reconheceu que Israel tem agora de responder a um “ataque sem precedentes” na sua história.
“Não apenas pela sua dimensão, mas também (…) pela sua crueldade”, frisou.
Neste sentido, destacou que Israel tem o direito de garantir sua segurança e “devem ser encontrados instrumentos para sair desta situação”.
“Na minha opinião, isto também poderia ser alcançado através de esforços de mediação”, afirmou, acrescentando que Moscou estaria disposto a assumir esse papel.
Horas antes, Putin classificou de uma “grande tragédia” o surto de violência no Oriente Médio, que em sua opinião, é o resultado do fracasso da política americana naquela região.
Segundo o presidente russo, “os americanos, com o apoio de seus satélites europeus, tentaram monopolizar a resolução do conflito no Oriente Médio, mas não se preocuparam em encontrar compromissos aceitáveis para ambas as partes e nunca tiveram em conta os interesses fundamentais do povo palestino”. EFE