FAO: América Latina enfrenta custos mais altos do mundo para manter dieta saudável

São Paulo (EFE) – A América Latina enfrenta os custos mais altos do mundo para o acesso e manutenção de uma dieta saudável em meio ao problema crônico da insegurança alimentar na região.

Esse cenário foi abordado nesta quinta-feira pelo uruguaio Mario Lubetkin, subdiretor-geral e representante para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na primeira edição do Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela agência de notícias EFE em São Paulo.

Em média, cada latino-americano custa “mais de US$ 4 (R$ 20,26)” por dia para manter uma dieta saudável, valor superior à média mundial, de US$ 3,60 (R$ 18,23) “incluindo o continente africano, que se encontra em uma situação particularmente complexa de insegurança alimentar”, afirmou ele.

Lubetkin lembrou que cerca de 247 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe ainda estão em situação de insegurança alimentar.

“É particularmente preocupante que a prevalência da insegurança alimentar na região seja maior do que a média global e particularmente alarmante que as mulheres sofram mais do que os homens”, disse.

Nesse contexto, ele afirmou que “a mudança climática está tendo um impacto significativo na produção agrícola da região” e que, para mitigar seus efeitos, o modo de vida atual deve ser transformado.

Para Lubetkin, há também decisões cotidianas que influenciam a crise climática, entre as quais ele citou “a perda e o desperdício de alimentos, que contribuem para de 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa”.

“As mudanças climáticas e a segurança alimentar estão interconectadas” e exigem “ação imediata”, alegou.

Dessa forma, segundo Lubetkin, é essencial promover uma dieta sustentável e saudável, e trabalhar em “múltiplas frentes” para alcançá-la.

O I Fórum Latino-Americano de Economia Verde foi realizado nesta quinta-feira no Teatro Vivo, em São Paulo, e teve patrocínio de ApexBrasil e AkzoNobel, com o apoio da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil e da Iberia. EFE