Buenos Aires (EFE).- O candidato do partido de extrema direita A Liberdade Avança à presidência da Argentina, Javier Milei, negou nesta segunda-feira que vá desistir do segundo turno das eleições e afirmou que vai lutar “até o fim” para “derrotar o kirchnerismo”.
Em várias entrevistas de rádio concedidas horas depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno das eleições, com 29,98% dos votos, atrás do candidato governista, Sergio Massa (36,68%), com quem disputará o segundo turno em 19 de novembro, o economista libertário se aproximou de outros grupos políticos, especialmente o Juntos pela Mudança.
Milei reconheceu a sua proximidade com o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), líder do partido político de centro-direita, sobre o qual disse à “Radio Mitre” que “a sua experiência foi muito valiosa”.
“Uma das coisas que conversamos é que ele reconheceu que eu tinha a abertura para oferecer uma interna. Resolvemos a questão de uma forma mais dura, mas o inimigo continua sendo o kirchnerismo. Convido-os a participar, a se juntarem a mim nesta luta contra o kirchnerismo. Vamos recebê-los”, disse Milei sobre o terceiro grupo mais votado nestas eleições, cuja candidata, Patricia Bullrich, obteve 23,83% dos votos.
Os flertes entre Macri e Milei durante a campanha eleitoral geraram tanto ruído que o ex-presidente teve de vir a público para defender expressamente a candidata do seu partido.
O economista libertário enfatizou que está “lá para resolver os problemas da Argentina, não para fazer uma experiência de laboratório”, razão pela qual “é preciso recorrer ao máximo pragmatismo”.
“Dois terços da Argentina querem algo diferente do kirchnerismo. Se não acabarmos com o kirchnerismo é porque somos irresponsáveis”, destacou, aludindo aos outros grupos políticos que disputaram o primeiro turno no domingo.
Em entrevista à “Radio Rivadavia”, Milei descartou a possibilidade de abandonar o segundo turno e se comparou ao protagonista do filme “Gladiador”, dizendo estar “disposto a lutar até o fim”.
“Vou ser vítima de operações aberrantes. Estou disposto a morrer com as minhas botas calçadas”, afirmou.
Os resultados das eleições presidenciais de domingo mostraram que haverá um segundo turno entre Massa e Milei para escolher quem presidirá a Argentina a partir de 10 de dezembro para o período 2023-2027. EFE
