Aloizio Mercadante durante sua intervenção no BIF nesta quarta-feira. EFE/ApexBrasil

Brasil aposta em investimentos estrangeiros para garantir futuro sustentável na A.Latina

Brasília, 8 nov (EFE) – Principal destino de investimentos estrangeiros na América Latina, o Brasil reforçou nesta quarta-feira a oferta de sua carteira de projetos voltados a avanços rumo a um futuro mais sustentável, com a transição energética e o desenvolvimento da Amazônia como chaves para alcançar esse objetivo.

Autoridades e especialistas defenderam essa estratégia durante o segundo e último dia do Brasil Investment Forum (BIF), o maior fórum de atração de investimentos estrangeiros da América Latina, que em sua sexta edição reuniu 50 investidores de 14 países.

Durante o evento, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em conjunto com o Governo Federal e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), também foi destacada a urgência de buscar um novo modelo capaz de criar soluções de impacto para a região no âmbito da bioeconomia e por meio de parcerias entre os setores público e privado e as comunidades locais.

Como exemplo, o BIF apresentou investimentos de empresas estrangeiras para a produção de biocombustíveis, fertilizantes sustentáveis e energias renováveis feitos com o apoio da ApexBrasil e anunciados recentemente em cerca de R$ 37 bilhões (US$ 7,6 bilhões).

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o combate à crise climática é um grande gerador de oportunidades para o Brasil, que é referência em energia limpa e que se apresenta aos investidores como um destino “seguro e estável”.

“Momento histórico”

“O Brasil precisa ser um líder mundial (…) Para isso, temos que começar pela Amazônia. Mais uma vez, o Brasil vai demonstrar que é possível manter a floresta em pé”, acrescentou Mercadante, que também defendeu a criação de políticas públicas que garantam proteção cambial para investimentos estrangeiros de longo prazo.

Por outro lado, ele ressaltou que o ambiente de negócios melhorou no Brasil graças à redução da taxa básica de juros (Selic), que agora é de 12,25%, à queda da inflação (5,19% em relação ao ano anterior), à diminuição do desemprego (7,7%) e à reestruturação das políticas públicas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Estamos em um momento histórico e precisamos ousar e inovar. É disso que o planeta precisa, e vamos fazer isso com transparência e diálogo”, concluiu.

Nova revolução da economia verde

Por sua vez, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, lembrou que o Brasil é líder mundial na transição energética e que mais de 85% de sua matriz energética provém de energias limpas, e insistiu na necessidade de investir e gerar oportunidades nos setores eólico e solar e na produção de hidrogênio verde e biocombustíveis.

“O Brasil está comprometido com a transição energética porque ela é fundamental para melhorar a correlação socioeconômica entre os países do sul global e os países industrializados e também para o desenvolvimento do Brasil”, ressaltou em seu discurso durante um painel.

Por sua vez, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, apresentou o Brasil como solução para garantir a segurança alimentar mundial e destacou o compromisso do governo com uma produção sustentável.

“O Brasil vai intensificar sua produção de alimentos (…) Vamos incorporar mais 40 milhões de hectares sem devastar florestas ou desmatar. Não podemos, não devemos e não queremos mais desmatamento no Brasil porque temos consciência da importância desse ativo”, insistiu ele.

O BIF foi realizado na sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil nesta terça e quarta-feira e reuniu mais de 800 participantes de 65 nacionalidades, que puderam conhecer mais sobre as realidades do país e se conectar com empresas locais e internacionais e representantes do governo.

Mais de 40 palestrantes apresentaram oportunidades de investimento no país e discutiram temas como segurança alimentar, inovação, tecnologia, industrialização, agronegócio e sustentabilidade, entre eles o presidente Lula, que inaugurou o fórum na terça-feira e incentivou empresários nacionais e estrangeiros a apostarem no país como um polo da nova “revolução da economia verde”.

O evento contou, ainda, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente do BID, Ilan Goldfajn, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, entre outros. EFE